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Brasil tem medicamentos e hospitais capazes de suprir demanda de pacientes da gripe A; coordenador da Pastoral da Saúde alerta para ‘situação preocupante’

São Paulo (Quarta, 22-07-2009, Gaudium Press) Desde o primeiro alerta dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 24 de abril deste ano, a gripe A – conhecida como gripe suína – matou mais de 700 pessoas em todo o mundo em dezenas de milhares de casos registrados até esta terça-feira. De acordo com a Folha Online, o número de óbitos no Brasil provocados pelo vírus chegou a 22 nesta quarta-feira – a maioria deles no Rio Grande do Sul.

O Ministério da Saúde vem trabalhando em parceria com as Secretarias de Saúde dos estados e municípios por meio de campanhas que informam os cuidados a ser tomados, formas de contágio, e informação dos sintomas. “Todas as ações tem sido feitas com base em recomendações da OMS”, disse o ministro José Gomes Temporão.

Mas um dos maiores desafios provocados pela pandemia é provocado justamente na hora de identificar a doença. Febre, dores no corpo e articulações, coriza, dores de cabeça e tosse são sintomas provocados pelos vírus influenza (da gripe comum) e influenza A (o novo tipo). “Os sintomas são muito parecidos e se confundem”, adverte o MS.

“A maior parte dos pacientes que morreram tinha doenças crônicas preexistentes”, informou à Gaudium Press o ministério. Ou seja, há fatores – como doenças respiratórias – que podem complicar o quadro clínico dos pacientes. No entanto, a recuperação acontece em quase 100% dos casos e os óbitos respondem por 0,5% – como na gripe comum. Crianças de até 2 anos e pessoas com mais de 60 tem maior risco de sofrer complicações com o vírus.

Informados

O MS informou que está promovendo uma pesquisa com a população para saber o nível de conhecimento a respeito da doença. Entre os mais de 800 ouvidos até agora, 75% afirmam ter visto alguma propaganda sobre a gripe A e 66% dizem conhecer os sintomas. “A pesquisa serve de base para a definição de novas ações de comunicação”, diz o ministério.

Com base nessa pesquisa foi montada uma nova campanha, com custo estimado em cinco milhões de reais, de conscientização e educação, transmitida em cadeia nacional a partir desta semana até o dia 30 de setembro.

Antiviral

Um novo lote com 50 mil doses do antiviral oseltamivir para o vírus Influenza A será distribuído para ‘todas as secretarias estaduais’ de saúde, disse o MS, quantidade capaz de suprir a demanda que o país registra. “É importante lembrar que o Ministério tem nove milhões de tratamentos em estoque”, disse o órgão. Outras 750 mil doses já foram compradas, segundo Temporão.

Infraestrutura

O Brasil desfruta, segundo o MS, de 68 hospitais de referência para tratamento destes pacientes, cujas unidades dispõe de 900 leitos cada com isolamento adequado para atender os casos que necessitam de internação.

Reforço

Por meio das dezenas de milhares de voluntários espalhados por todo o Brasil – estimativa é de 90 a 100 mil – a Pastoral da Saúde tenta ajudar o governo e a população contra a gripe A. Visitas a doentes – em hospitais e em casa – educação sobre o problema e manutenção de projetos com dicas de saúde são as principais frentes de atuação da Pastoral, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Não temos um trabalho específico voltado para a gripe A e nenhuma instituição tem algo preparado para isso ainda”, disse o médico e coordenador nacional da entidade, André Luiz.

Situação é preocupante

“Na minha opinião de médico (a situação) é preocupante”, afirma André Luiz. Apesar de o índice de óbitos ser semelhante ao de uma gripe comum, o quadro pode piorar nas próximas semanas. Segundo o médico, o México e os Estados Unidos, países do hemisfério norte, tiveram um ápice de óbitos que, agora, vem diminuindo por conta do final do inverno. Os países do hemisfério sul chegam a essa fase de maior número de óbitos agora principalmente por conta do inverno – caso da Argentina, que ultrapassou o México, país onde o vírus teria surgido, em número de mortes.

“Teremos números subestimados nas próximas semanas”, afirma o médico. Segundo ele, apesar de o Brasil dispor “de um sistema de vigilância epidemiológica bom”, a contenção do vírus seria mais eficiente com o isolamento de focos de transmissão e, até mesmo, dos doentes. “Isolando os pacientes transmissores por um período de 10 dias, em casa mesmo ou em hospitais, teríamos um quadro melhor”.

Perguntas e respostas:

Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil?
Em 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da Influenza A (H1N1) no Brasil sem o vínculo de pessoas que tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem esteve fora.

O que fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento adequado.

Qual é o período de incubação do vírus?
Em média de 1 a 4 dias, podendo chegar a 7, e os sintomas aparecem quase imediatamente.

De que forma o vírus entra no corpo?
Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos.

Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?
A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.

Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?
De 0%, porque fica-se imune ao vírus suíno.

Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?
Até 10 horas, mas recentes pesquisas apontaram que, dependendo das condições climáticas, ele pode sobreviver até 72 horas.

O que faz o vírus quando provoca a morte?
Uma série de reações como deficiência respiratória, sendo a pneumonia severa um dos diagnósticos mais frequentes.

 

 

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