Falecem dois Bispos perseguidos na China

Pequim (Quinta-feira, 09-10-2014, Gaudium Press) – Faz pouco tempo e, na China, Dom Giovanni Crisostomo Lan Shi partiu desse mundo.

Ele deixou um legado de testemunhos cristãos que servirão de incentivo e irão alimentar por muito tempo a Fé e a Esperança de muitos católicos, sobretudo porque seu exemplo nasceu de seu amor a Deus e ao próximo.

Dom Giovanni Crisostomo Lan Shi faleceu em 21 de setembro. Ele tinha 89 anos e era Bispo Coadjutor Emérito da Diocese de Sanyuan, Província de Shanxi (China Continental). Ele nasceu em 1925 em Tongyuan, Província de Gaoling.

Aos 14 anos entrou no seminário diocesano, sendo ordenado sacerdote e designado como Pároco em Jingyang, povoado de Xiushidu.

Em 1965, quando teve início a chamada Revolução Cultural, promovida pelo ditador comunista Mao Tse Tung, ele foi preso e condenado a trabalhos forçados: um martírio que durou até 1979. Em 1980 ele saiu do campo de concentração e retomou suas atividades religiosas como Pároco no mesmo povoado onde fora preso cerca de 15 anos antes.

No ano de 2000, Dom Lan Shi foi designado pela Santa Sé como Bispo Coadjutor de Sanyuan, Diocese que era conduzida na ocasião por Dom Giuseppe Zong Huaide.

Em 28 de novembro do mesmo ano recebeu a ordenação episcopal do então Bispo da Prefeitura Apostólica Tongzhou/Weinan, Dom Lorenzo Zhang Wenbin.

Durante seu ministério episcopal, Dom Lan Shi dedicou-se particularmente aos jovens, acompanhando vários deles ao sacerdócio e à vida consagrada.

Ele era um admirador da música e sabia compor. Chegou mesmo a elaborar algumas peças para serem utilizadas na Liturgia.

As Exéquias tiveram lugar em 24 de setembro na Paróquia de Xiushidu, na presença de diversos bispos locais, cerca de 40 sacerdotes, mais de cem religiosas e mais de dois mil fiéis.

Outro Bispo-mártir

Dois dias após o falecimento de Dom Giovanni Crisostomo Lan Shi , outro prelado deixou este mundo e partiu para a Casa do Pai: na madrugada de 23 de setembro, faleceu aos 90 anos, após uma longa enfermidade, Dom Giovanni Battista Wang Jin. Ele era Bispo de Yuci (Yütze), Província de Shanxi (China Continental).

Do Wang Jin nasceu em 22 de abril de 1924 em Taiyuan, Província de Shanxi, em uma família de longa tradição católica. Desde pequeno manifestou desejo de seguir a vocação sacerdotal, entrando no seminário de Taiyuan em 1935.

Obrigado a voltar para a família após a invasão japonesa de 1937, retomou os estudos no seminário. Em 1943 foi para o Seminário Maior de Taiyuan e em 1949 aperfeiçoou seus estudos teológicos no Seminário de Macau.

Após um ano de estágio pastoral na Arquidiocese de Taiyuan, foi ordenado sacerdote em 9 de junho de 1951, desenvolveu, então, seu ministério em diversas paróquias e também foi reitor de um seminário.

Em 1965, o governo comunista mandou prendê-lo. Isso também foi fruto da perseguição religiosa movida durante a Revolução Cultural de Mao. Sua libertação deu-se 20 anos depois. E ele voltou, em 1985, a exercer seu ministério sacerdotal na Diocese de Yuci.

Em 14 de setembro de 1999, após aprovação da Santa Sé, foi ordenado bispo por Dom Silvestro Li Jiantang.

No período em que guiou a Diocese de Yuci, Dom Giovanni Battista Wang Jin deu particular atenção às vocações sacerdotais.

Por isso, desde o ano 2000, foram ordenados cerca de 30 sacerdotes na Diocese, o último, em 9 de julho passado, pelo próprio Dom Jin, mesmo gravemente doente.

Depois de seu longo testemunho de vida junto aos perseguidos católicos chineses, os funerais de Dom Wang Li foram celebrados na Catedral de Yuci, em 7 de outubro.

Seu sepultamento deu-se no Cemitério dos Sacerdotes de Dongergou. (JSG)

Da Redação Gaudium Press, com informações Rádio Vaticana