Assembleia de igrejas europeias termina com pedido de união continental e alerta às mudanças climáticas
Lyon (Quarta, 22-07-2009, Gaudium Press) Terminou ontem em Lyon, na França, a 13ª Assembleia Geral da Conferência das Igrejas Européias (CEC-KEK), reunida desde o último dia 15. O grupo ecumênico que visa à unidade cristã no continente reúne representantes de 126 igrejas ortodoxas, anglicanas, protestantes e católicas, mais 40 organizações associadas.
No comunicado final divulgado ontem, as Igrejas manifestam preocupação com o surgimento de novos “muros” na sociedade do velho continente. “Enquanto nos comprometemos, apaixonadamente, por uma Europa unida e reconciliada, que aguardamos impacientes, deploramos o fato de que se elevem novos muros de separação entre nações, culturas e religiões. Vemos surgir novas divisões – entre cidadãos permanentes e migrantes; entre ricos e pobres, entre trabalhadores ativos e desempregados, entre quem tem seus direitos respeitados e quem os têm lesados”.
Os principais tópicos abordados pelos assembleístas, entretanto, foram a mudança climática, que consideram um “desafio para estilos de vida, solidariedade e justiça global”, e a crise financeira, que segundo os representantes das igrejas cristãs irá agravar ainda mais as divisões sociais. A ponderação, no entanto, é otimista:
“Apesar de tudo, estamos firmemente convencidos de que, como cristãos, temos uma esperança especial a compartilhar nestas situações, que parecem desesperadoras. Afirmamos que existe uma esperança, e perseveramos em nossa luta em favor da verdade e da justiça. Há esperança quando resistimos a toda forma de violência e racismo, quando defendemos a dignidade de todas as pessoas. Há esperança quando insistimos na solidariedade desinteressada entre indivíduos e povos, quando lutamos pelo respeito sincero da criação”.
O documento final termina com um pedido de que os pontos abordados não se percam em “declarações vazias”, mas que sejam revertidos em pressão por mudanças concretas.
“Afirmamos que as Igrejas devem trabalhar em favor da justiça e dizer a verdade aos poderosos. Isto significa abater os muros entre pessoas, culturas e religiões, para aprender a entrever a imagem de Deus no rosto do próximo. Significa respeitar, e não apenas tolerar, os outros seres humanos. Acima de tudo, significa encontrar novos modos de expressar nossa solidariedade com os pobres, estejam eles próximos ou distantes de nós”.
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