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Primeiras horas do Papa na “terra do calmo amanhecer”

Seul – Coreia do Sul (Quinta-feira, 14-08-2014, Gaudium Press) – O Papa Francisco iniciou, na tarde de quarta-feira, a terceira Viagem Apostólica internacional do seu Pontificado.

Chegando à Base Aérea de Seul ele foi recebido por autoridades civis e religiosas. Além da Presidente do país, Sra. Park Geun-hye, estavam presentes o Núncio Apostólico, Dom Osvaldo Padilla, dirigentes da Conferência dos Bispos da Coréia e também o arcebispo de Seul.

“Deus abençoe a Coréia, especialmente os seus idosos e os seus jovens”! foi o texto do primeiro tuite que o Papa postou em sua conta no tweet.

Após a cerimônia de boas-vindas, o Pontífice dirigiu-se à Nunciatura Apostólica. Lá celebrou uma missa privada, com uma breve reflexão sobre a liturgia do dia.

No Palácio Presidencial de Seul
Em seguida, o Papa deixou a Nunciatura dirigindo-se ao Palácio Presidencial de Seul, para uma visita de cortesia à Presidente do país. Estiveram presentes ao encontro dois Ministros coreanos, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, e o Núncio Apostólico.

O encontro de Francisco com autoridades governamentais e representantes do Corpo Diplomático foi realizado também no Palácio Presidencial de Seul.

Depois das palavras de boas vindas da Presidente, Park Geun-hye, o Santo Padre pronunciou seu primeiro discurso, em inglês, dizendo:

“Queridos amigos! Para mim é uma grande alegria vir à Coreia, a ‘terra do calmo amanhecer’, e experimentar não só a beleza natural do país, mas também e, sobretudo, a beleza do seu povo e da sua riqueza histórica e cultural. No decurso dos anos, esta herança nacional foi colocada à prova pela violência, a perseguição e a guerra; mas, não obstante essas provações, sempre prevaleceu o ‘calmo amanhecer’, quando o calor do dia ainda não se fez sentir e a escuridão da noite já se foi, ou seja, uma inalterável esperança de justiça, paz e unidade. Que grande dom é a esperança! Não podemos desanimar na busca destas metas, que beneficiam não só o povo coreano mas também toda a região e o mundo inteiro”.

Depois, antes de explicar o motivo da sua visita ao país, o Papa agradeceu a presença das autoridades e àqueles que contribuíram para a preparação da sua visita.
Mostrou seu reconhecimento pela hospitalidade ao dizer estar “sentindo-se como se estivesse em casa”.

Motivo da Viagem

“A minha visita à Coreia realiza-se por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude, que reúne jovens católicos de todo este vasto Continente numa jubilosa celebração da fé comum, disse o Papa.

“Além disso, continuou, no decurso da minha visita, proclamarei Beatos alguns coreanos martirizados pela fé cristã: Paul Yun Ji-chung e os seus 123 companheiros. Estes dois acontecimentos que celebramos completam-se reciprocamente.”

O Papa destacou ainda que “A cultura coreana possui uma boa compreensão da dignidade e sabedoria próprias dos antigos e honra o seu papel na sociedade. Nós, católicos, honramos os nossos antigos, que sofreram o martírio pela fé, porque se prontificaram a dar a vida pela verdade em que acreditaram e de acordo com a qual procuraram viver. Ensinam-nos a viver plenamente para Deus e para o bem do próximo”.

Em seguida, Francisco acrescentou que um povo grande e sábio não se limita a amar as suas tradições ancestrais, mas valoriza também os seus jovens, procurando transmitir-lhes a herança do passado, que aplica aos desafios do presente.

Sempre que os jovens se reúnem, como sucede nesta ocasião, oferecem a todos uma oportunidade preciosa para ouvirmos as suas esperanças e preocupações, disse o Papa.

Mas, todos nós, explicou ainda o Pontífice, somos chamados também a refletir se estamos transmitindo, de modo adequado, os nossos valores às futuras gerações e qual tipo de sociedade nós preparamos para lhes entregar.

Jovens e Paz

Neste contexto, o Santo Padre considera, particularmente importante, refletir sobre a necessidade de transmitir o dom da paz aos nossos jovens:

“Este apelo reveste-se de um significado muito especial aqui na Coreia, uma terra que sofreu longamente por falta de paz. Exprimo o meu apreço pelos esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na Península Coreana e encorajo tais esforços, que são o único caminho seguro para uma paz duradoura. A busca da paz, por parte da Coréia, é uma causa que nos preocupa, de modo particular, pois concorre para a estabilidade de toda a região e do mundo inteiro, cansados de guerras”.

Diplomacia

A busca da paz, afirmou, constitui um desafio também para cada um de nós.

“A diplomacia, como arte possível, baseia-se na convicção firme e perseverante de que a paz pode ser alcançada, sobretudo, através do diálogo e da escuta atenta e discreta, ao invés de recriminações recíprocas, críticas inúteis e demonstrações de força.
A paz não é simplesmente ausência de guerra, mas é obra da justiça. E a justiça, como virtude, faz apelo à tenacidade da paciência; ela não pretende fazer-nos esquecer as injustiças do passado, mas superá-las com o perdão, a tolerância e a cooperação.

Faço votos de que todos nós possamos dedicar-nos à construção da paz, à oração pela paz, redobrando o nosso compromisso para realizá-la”.

Comunidade Católica Coreana

O Papa Francisco, no final, expressou seu desejo de que a comunidade católica coreana possa participar plenamente da vida da nação:

“A Igreja quer contribuir para a educação dos jovens, (…) contribuir para a formação das jovens gerações, pronta a oferecer a sabedoria e clarividência herdadas dos seus antepassados e nascidas da sua fé, para que possam enfrentar as grandes questões políticas e sociais da nação”. (JSG)

Da Redação, com informapções Radio Vaticana

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