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"A escuta é a dimensão da espiritualidade bíblica", diz o Bispo de Cachoeira do Sul

Cachoeira do Sul – Rio Grande do Sul (Segunda-Feira, 14/07/2014, Gaudium Press) “A semente precisa de solo bom” é o título do mais recente artigo de Dom Remídio José Bohn, Bispo da Diocese de Cachoeira do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, em que ele afirma que a parábola do semeador, do Evangelho do domingo passado, mostra o dinamismo da Palavra de Deus, contendo três importante elementos: o semeador, a semente, e os solos.

De acordo com o Prelado, o semeador e a semente são constantes. Para ele, o semeador é habilidoso e espalha a semente por igual e a semente é, indiscutivelmente, boa, mas o trabalho hábil do semeador e a capacidade de germinação da semente dependem para seu sucesso da natureza do solo.

“Deus é o semeador, sua Palavra é a semente e seu terreno somos nós. O acolhimento do evangelho não depende nem da Semente, nem do Semeador, mas da qualidade da terra. E esta é de nossa responsabilidade. Como podemos então oferecer um terreno apropriado para uma boa colheita?”, questiona o Bispo.

Dom Remídio explica que existem quatro tipos de terrenos onde a semente cai, ou atitudes diferentes de escuta da Palavra. Segundo ele, há aqueles que têm um coração duro como a terra pisada de uma estrada e não permitem que a semente da Palavra de Deus penetre em seu coração. O Prelado acrescenta que existe ainda quem possui o coração inconstante, que se entusiasma com facilidade, mas depois desanima diante das primeiras dificuldades.

Existem ainda os seguintes terrenos: os que têm um coração materialista, que são até “muito religiosos”, mas dão prioridade à riqueza e aos bens deste mundo, preocupações são como espinheiros que sufocam a semente da Palavra; e, há também os que têm um coração aberto e disponível, onde a Palavra de Jesus é acolhida e dá muito fruto.

“Diante disso cabe refletir: que tipo de terreno oferecemos ou com que atitude acolhemos a Palavra de Deus? A realidade mostra que vivemos um tempo de muitas falas, muitos ruídos, muito barulho, incertezas e crises de referências. Tempo em que o silêncio torna-se cada vez mais uma raridade em nossos diversos ambientes”, destaca.

Por fim, Dom Remídio reforça que sem o silêncio não é possível a verdadeira escuta, entendida, aqui, não somente como acolhida da Palavra mas, sobretudo, enquanto comunhão com Aquele que é a Palavra. “Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus” (Doc 97 CNBB, 46).

“É preciso, urgentemente, recuperarmos a espiritualidade da escuta em nossos ambientes eclesiais e, particularmente, na celebração litúrgica. A escuta é a dimensão, por excelência, da espiritualidade bíblica”, conclui o Bispo. (FB)

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