"A Igreja se compreende conduzida pelo Espírito Santo", diz o Arcebispo de Porto Alegre
Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 06/06/2014, Gaudium Press) Com o título “O Espírito de Deus”, Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, escreveu um artigo em que ele afirma que nestes dias, a Igreja inteira canta “Vinde Espírito Santo de Deus e enchei os corações dos vossos fiéis…”. Segundo ele, canta porque acredita que a força do Espírito Santo haverá de fazer novas todas as coisas, renovando assim a face da Terra.
Ainda de acordo com o Prelado, nós, que vivemos uma “mudança de época”, sentimos a necessidade de “um raio de luz” do Espírito Santo, para que possamos, enquanto comunidade humana, discernir os designíos do Eterno para a nossa realidade de hoje, marcada por contradições de toda espécie, tensões provindas de expressões fundamentalistas e individualistas, além de sinais de violência que não mais causam indignação.
O Arcebispo explica que o Espírito Santo certamente sempre esteve presente nas diversas fases da história. Segundo ele, já estava presente na origem do mundo e se fez ainda mais presente em Maria de Nazaré, possibilitando a humanidade de Jesus. Dom Jaime afirma que Maria acompanhou toda a atividade terrena de Jesus: na sua força pôde ele curar doentes, expulsar espíritos impuros e ressuscitar mortos.
“Marcou o nascimento da Igreja quando, 50 dias após a Páscoa, estando os discípulos do senhor Jesus reunidos, ‘de repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então, apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo…’ (At 2, 2-4). E, se até então aqueles homens estavam marcados pelo medo, agora foram tomados por uma coragem tal que causava admiração e perplexidade. Tal coragem e força lhes permitiu percorrer aldeias, cidades e regiões anunciando a Boa Nova de Jesus e cooperando para o fortalecimento das igrejas na fé”, destaca o Prelado.
De acordo com Dom Jaime, este é o mesmo espírito que continua inspirando e orientando a Igreja nos tempos atuais. Para ele, em meio às mais diferentes situações culturais, sociais, políticas e econômicas, a Igreja se compreende conduzida pelo Espírito Santo; por isso, ela, como mãe, exorta sem cessar os seus filhos a que se purifiquem e se renovem, para que o sinal de Cristo brilhe mais claramente no rosto da Igreja (Cf. Gaudium et Spes, 43).
Por fim, o Arcebispo salienta que a Igreja, fiel a seu fundador, deseja sempre mais se fazer solidária com os que mais sofrem no mundo. Conforme ele, a Igreja quer sempre mais ser a “casa aberta” que acolhe a todos sem distinção, e, ao mesmo tempo, deseja que seus ministros não se cansem de ir ao encontro dos fiéis, especialmente os que mais sofrem. Dom Jaime reforça que, desse modo, ela procura corresponder à ordem do próprio Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura” (Mc 16, 15).
“Nós, homens e mulheres, marcados pela fé cristã, nos colocamos de joelhos diante do Senhor e com toda a Igreja rezamos: ‘Vinde, Espírito Santo, e enviai do céu um raio de vossa luz. Vinde, pai dos pobres, vinde, distribuidor dos bens, vinde luz dos corações. Consolador ótimo, doce hóspede das almas e suave refrigério. Nos trabalhos sois o repouso, no calor o frescor, nas lágrimas a consolação. Ó luz beatíssima, inflamai o íntimo dos corações dos vossos fiéis. Sem a vossa graça nada há no homem, nada de inocente. Lavai o que é sórdido, regai o que é seco, sarai quem está ferido. Dobrai o que é duro, abrasai o que é frio e reconduzi o desviado. Concedei aos vossos servos, que em vós confiam, os sete dons sagrados. Dai-lhes o mérito das virtudes, o êxito da salvação e a alegria perene. Amém'”, conclui. (FB)
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