“Jesus, hoje, na pessoa que é traficada, continua seu caminho para o calvário”, afirma o bispo da diocese de Apucarana
Apucarana – Paraná (Quinta-Feira, 20/03/2014, Gaudium Press) Dom Celso Antônio Marchiori, bispo da diocese de Apucarana, no Estado do Paraná, escreveu um recente artigo no qual ele afirma que à luz desta palavra de Deus, “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), a Campanha da Fraternidade (CF) deste ano quer nos levar a refletir sobre um tema pouco falado, mas que tem grande incidência em nosso país: o tráfico humano.
De acordo com o prelado, este é um tema para rezarmos durante a quaresma enquanto contemplamos o foco principal que é Jesus assumindo a obra de nossa salvação até as últimas consequências. Ele recorda que Jesus se entrega a todo tipo de sofrimento para salvar os que sofrem, ele se entregou à morte para que pudéssemos experimentar a vida em abundância.
“Convido a todos para estarem atentos a esta triste realidade do tráfico humano. Pois Jesus, hoje, na pessoa que é traficada, continua seu caminho para o calvário. E nós nem imaginamos quão grande é o sofrimento das vítimas deste crime assombroso”, completa o bispo.
Ainda segundo dom Celso, quando rezamos a Via Sacra sentimos dor em nosso interior ao contemplarmos a Cristo que sofre por nós e nos perguntamos o que poderíamos ter feito para aliviar tão grandes sofrimentos de Jesus. Ele também avalia que refletindo sobre o tema da CF, também nos perguntemos: o que podemos fazer para aliviar o sofrimento de tantos irmãos e irmãs, homens, mulheres, crianças, jovens e adultos, vítimas desta ação criminosa praticada por muitos de forma inescrupulosa nos dias de hoje?
“Jesus continua sofrendo na pessoa destes irmãos e irmãs. O Papa Francisco, em sua mensagem quaresmal deste ano, diz que devemos imitar Jesus que nos chama a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para aliviá-las”, salienta.
Por fim, o bispo explica que o tráfico humano é uma realidade que atinge aqueles que vivem numa condição indigna do ser humano. Conforme ele, o documento Gaudium et Spes, 27 afirma “tudo quanto ofende a dignidade da pessoa, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; e também as condições degradantes de trabalho onde os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis”.
“Todas estas coisas e outras semelhantes são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador”. E eis nosso grande desafio: fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria”, segundo o documento.
Dom Celso anseia que o tempo da quaresma nos propicie uma profunda conversão. Ele espera que com a ajuda de Nossa Senhora de Lourdes e de todos os santos, enquanto nos preparamos para a Páscoa com a oração, o jejum e a caridade, possamos ir ao encontro das necessidades dos que são vítimas do tráfico humano para curar estas chagas que tanto deturpam o rosto da humanidade. (FB)





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