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Bispo de Santa Cruz do Sul escreve sobre a "Dignidade da Mulher"

Santa Cruz do Sul – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 07/03/2014, Gaudium Press) Com o título “Dignidade da Mulher”, dom Canísio Klaus, bispo da diocese de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, abordou em seu mais recente artigo sobre o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março. Segundo ele, na origem da data estão as lutas enfrentadas pelas mulheres para obter o reconhecimento da sua dignidade e conquistar os seus direitos.

De acordo com o prelado, mais do que dia de festa, o oito de março é dia de mobilização para debater e discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres em diversos países. Ele recorda também que, neste ano, o Dia Internacional da Mulher acontece durante a Campanha da Fraternidade, que aborda a temática do tráfico humano.

Para o bispo, uma das mais tristes formas de tráfico tem por objetivo recrutar pessoas, principalmente mulheres, para a prostituição. “Muitas vezes elas são aliciadas para trabalharem como modelos, garçonetes, babás ou dançarinas em outros países ou em grandes centros urbanos e acabam forçadas pelos traficantes a se prostituírem”, esclarece.

Ainda segundo dom Canísio, a dignidade da mulher, criada à imagem e semelhança de Deus, foi ressaltada por Jesus Cristo em muitas das suas obras e palavras. O prelado salienta que em uma época marcada pelo machismo e discriminação, Jesus conversava publicamente com elas: os discípulos “ficaram admiradas ao ver Jesus conversando com uma mulher” (Jo 4,27); as mulheres atingidas pela doença ou por sofrimentos físicos encontraram Nele alguém que lhes ajudava a recuperarem a saúde e a dignidade, como foi o caso da mulher encurvada e incapaz de olhar para cima (Lc 13,11) e da mulher que sofria de hemorragias (Mc, 5,25-34).

Outros dois exemplos citados pelo bispo são: as mulheres apontadas pela sociedade como pecadoras encontraram em Jesus alguém que as acolhia e perdoava: “Os teus pecados foram perdoados! A tua fé te salvou” (Lc 7,36-49); aos que se sentiam no direito de condenar uma mulher que cometera adultério, Jesus desafiou: “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra” (Jo 8,7).

Conforme o Texto Base da Campanha da Fraternidade número 144, “o Evangelho retrata que Jesus, em suas obras e palavras, é contra tudo quanto ofende a dignidade da mulher, e exprime sempre o respeito e a honra devida à mulher. Em nossa sociedade de consumo e espetáculo, mulheres são submetidas a novas formas de exploração e até à escravidão”.

Por isso, “o enfrentamento ao tráfico humano, sobretudo de mulheres e crianças, que são as vítimas em potencial deste negócio ilícito, é hoje um dos urgentes apelos para a sociedade, e com especial convocação para a Igreja, cuja missão de cuidar, proteger, defender e promover a vida ameaçada é um imperativo antropológico e cristão” (n. 255).

Por fim, dom Canísio saúda, com muito carinho, a todas as mulheres e as cumprimenta pelo seu espírito de luta e pelo trabalho desenvolvido em prol da vida das pessoas. “Aproveitemos o Dia Internacional da Mulher e a Campanha da Fraternidade para fortalecer ações de combate ao tráfico humano, principalmente ao tráfico que leva mulheres a serem exploradas no trabalho e através da prostituição e pornografia. Deus vos abençoe”, conclui. (FB)

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