"A relação vital com Cristo leva a decisões conscientes e responsáveis", afima o bispo de Frederico Westphalen.
Frederico Westphalen (Segunda-Feira, 09/09/2013, Gaudium Press) “Abertura a Deus” é o título do artigo de dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo da Diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul. No texto, ele afirma que o ser humano pode pela sua razão, inteligência chegar até Deus, e devia fazê-lo com intensidade, com humildade, e sobretudo com amor. No entanto, explica o prelado, Deus quis vir ao encontro do Homem, e a palavra de Deus e a Tradição da Igreja são expressões vivas e sábias desta revelação.
De acordo com o bispo, os planos de Deus, os seus pensamentos, as suas intenções estão ocultos aos homens. Ele destaca que os nossos pensamentos, leves e frágeis, muitas vezes mesquinhos e a nossa reflexão falível, assim como as nossas ações boicotadas pela falta de reta intenção, não nos permitem ouvir, ver e obedecer a Deus, como é devido. Muito menos, completa dom Antônio, quando o homem mergulha no pecado e se fecha em seu egoísmo, pois nesse estado ele pode mesmo dificultar, impossibilitar, fazer fracassar a fecundidade da vida, da graça, da salvação.
“Deus está acima dos nossos cálculos e da nossa pobre lógica. Deus revela-se em gestos de despojamento, misericórdia e de amor entranhável. Ele propõe-nos a sua sabedoria, e a sua Luz ilumina o mais profundo do Homem. Que bom quando o Homem aceita com humildade, fé, oração, e enche seu coração e sua vida desta torrente de sabedoria. Que bom quando se compreende a vida como doação e entrega. A cruz, sinal eloquente do seguimento e compromisso com Cristo, fecunda quem a leva e fecunda, misteriosamente, multidão de homens e mulheres”, avalia.
Em síntese, afirma o prelado, o compromisso com Cristo é a mais sublime sabedoria, a maior aposta e o trilhar de um caminho de vida, de paz e felicidade. E, segundo ele, as condições para ser discípulo passam por um chamamento claro, radical, com perspectivas novas: querer perder para ganhar, que é uma condição indispensável a todo o discípulo. Para o bispo, este chamamento é universal, dirigido a todos.
“A opção radical pela pessoa e missão de Cristo é a lógica de uma escala de valores pautada pela verdadeira sabedoria. É uma opção pela vida plena e pelo reino, que supõe que todo o resto é consequência do vínculo vital e imprescindível com Jesus Cristo e o seu projeto. Preferindo Jesus Cristo, acima de todos e de tudo, produz o resultado de grande fecundidade de serviço e entrega, a começar pelos que vivem mais próximos de nós.”
Com relação a opção pela Cruz, dom Antônio salienta que o levar a Cruz é pois o elemento fundamental do acolhimento de Jesus Cristo e da sua Missão. Conforme ele, levar a cruz é o critério de autenticidade da relação e autenticidade do compromisso, é muito mais que algumas mortificações, ou alguns sacrifícios, e muito mais que aceitação de obstáculos e dificuldades. O bispo enfatiza que assumir a cruz é assumir Jesus Cristo e viver com coerência o compromisso com Ele, além de ter consciência da rejeição, da violência gerada pelo mundo da iniquidade que não quer perder os seus “direitos”, é não ter medo da insegurança frente a um aparente fracasso, a um morrer para dar a vida.
Por fim, o bispo ressalta que antes de dar um sim que vai mudar ou vai orientar a vida dos discípulos é preciso esclarecer-se com verdadeira sabedoria que a relação vital com Cristo leva a decisões conscientes e responsáveis. Para ele, não se poder atuar por alguns leves impulsos, por emoções, por gostos pessoais, por modas, por simpatias, mas é preciso refletir, ponderar pelo acolhimento da palavra, pela aceitação e compromisso com Cristo, fruto de relação profunda, clara, consciente, e pela atenta e decisiva proposta que a Igreja, comunidade dos discípulos, faz.
“O verdadeiro discípulo não pode desvirtuar o evangelho. É chamado a ser sal que não perde o sabor. Deve permanecer no seu vigor transformador. Deve viver o Evangelho no coração da Igreja e no encontro celebrativo dos sacramentos e da oração. Deve viver o Evangelho no coração do mundo, onde se realizam as opções que marcam o destino dos Homens e Mulheres”, conclui. (FB)
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