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50 mártires franceses serão beatificados na Catedral Notre-Dame de Paris

Eles foram martirizados por ódio à fé entre 1944 e 1945, sob o regime nazista.

Foto: Diocese de Paris

Foto: Diocese de Paris

Redação (13/12/2025 08:28, Gaudium Press) A beatificação de Raymond Caré, Gérard-Martin Cendrier, Roger Vallée, Jean Mestre e seus 46 companheiros mártires acontecerá neste sábado, 13 de dezembro, às 14h30, na Catedral de Notre-Dame, em Paris. O mais jovem tinha 19 anos, o mais velho 49. Esses 50 mártires serão declarados beatos, uma qualidade que precede o título de santo na Igreja Católica.

Mas quem são eles?

Jovens sacerdotes, religiosos, seminaristas, escoteiros e membros da Ação Católica atenderam ao chamado do Cardeal Suhard para se juntarem clandestinamente aos trabalhadores franceses enviados à Alemanha pelo Serviço de Trabalho Obrigatório (STO), oferecendo-lhes apoio fraterno e espiritual proibido pelo regime nazista. Presos após o decreto de dezembro de 1943, muitos foram torturados, deportados ou morreram de exaustão e doenças. Ao declará-los beatos, a Igreja reconhece seu testemunho de caridade e fé, até o sacrifício de suas vidas.

Eles se preocuparam com o destino de dezenas de milhares de jovens franceses constrangidos a realizar trabalho forçado em substituição da mão de obra alemã mobilizada para a guerra. Esses jovens estavam privados de qualquer assistência espiritual, pois ao clero católico alemão era expressamente vedado atendê-los. Essa assistência, realizada de forma heroica e, no caso dos 50, até ao martírio, foi chamada de “Missão São Paulo”.

A assistência não era apenas espiritual, mas também humana, pois os leigos organizavam encontros para que essas pessoas não permanecessem isoladas, mas tudo tinha que ser feito clandestinamente, com risco de vida.

Esse risco tornou-se evidente com a publicação de uma portaria, em 3 de dezembro de 1943, pelo chefe do serviço de segurança do Reich alemão, Ernst Kaltenbrunner, algo como um estopim para a perseguição a essa rede católica, à missão São Paulo.

Quando a rede de apoio foi descoberta, muitos foram presos, torturados ou deportados, enquanto outros morreram de exaustão ou doença, principalmente em campos de concentração como Mauthausen. Alguns morreram de tifo, devido às difíceis condições de detenção. Outro foi espancado até a morte, outro decapitado. Outros morreram enquanto eram transportados em vagões, outros em marchas forçadas, e quando caíam, eram fuzilados.

Como estavam camuflados como operários e tinham direito a alguns dias de férias, que passavam na França, lá também tinham que enfrentar a oposição insistente de pais, amigos e até noivas, que não entendiam que eles estivessem se expondo dessa maneira à morte, que no final os alcançaria.

Eram dez sacerdotes diocesanos, cinco religiosos (um jesuíta e quatro frades franciscanos) e os restantes trinta e cinco leigos, dos quais catorze escoteiros e os outros militantes da ação católica. Eles eram “todos da França, de 30 dioceses diferentes. Alguns já tinham formação como operários, mas outros não tinham nenhuma”, lembra Mons. Ardura.

Atos de entrega, generosidade máxima, seguindo os passos daquele que deu a vida por seus amigos, Cristo.

No dia 20 de junho passado, Leão XIV assinou o decreto reconhecendo que eles haviam morrido por ódio à fé. Hoje, esse reconhecimento se tornará efetivo em sua gloriosa beatificação, em uma das catedrais mais representativas do mundo, Notre-Dame de Paris.

 

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