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O secularismo deixa o homem vazio e desorientado, afirmou Cardeal mexicano

Cidade do México – México (Quinta-feira, 15-08-2013, Gaudium Press) “O secularismo engloba a situação geral do mundo”. Com este preocupante balanço, o Cardeal Juan Sandoval Iñiguez, Arcebispo emérito de Guadalajara (México), expôs algumas características do progresso e as consequências do distanciamento de Deus que afeta gravemente a cultura ocidental. Esta análise foi o tema de uma entrevista publicada recentemente pelo portal das Obras Missionárias Pontifícias Episcopais do México (OMPE).

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Cardeal Juan Sandoval Iñiguez, Arcebispo
emérito de Guadalajara (México)

O purpurado descreveu o panorama de indiferença religiosa que cresce no mundo: “No ocidente foi se diluindo a presença de Deus e o olhar mais além”, explicou. “As pessoas em geral, não pensam em Deus, só se pensa em passar bem a vida neste mundo, sem refletir em uma transcendência”. Esta atitude, no lugar de “libertar” aos seres humanos da suposta carga imposta pela religião, lhes acarreta uma perda profunda. “Se acentua o esquecimento de Deus, de uma verdade total e se dissolve a esperança”, expôs.

“Ao crer em Deus sei que tenho um ser onipotente, todo poderoso, cheio de misericórdia, bondade”, continuou. Este conhecimento é a origem da esperança e sua ausência é a fonte de uma marcada sensação de vazio, explicou o Cardeal Sandoval. A esta situação se chegou através de um longo processo de vários séculos de desenvolvimento: “O secularismo é fruto de uma evolução, que começou praticamente com o renascimento”.

A história do secularismo

O renascimento, descrito comumente como um período de grande progresso, foi na realidade a origem de uma mudança com graves consequências. “A Europa deixou de ver a Deus e começou a centrar-se mais no homem”, explicou o Arcebispo emérito. “Na raiz disto se originam as filosofias empiristas, racionalistas, tais pensamentos produzem o movimento do iluminismo”. A ideia “iluminista” de Deus era distinta a tradição e a experiência da história. “Se crê em um Deus distante, que não se ocupa do mundo”.

Nesta negação da possibilidade de relação com Deus buscou-se engrandecer a imagem do homem, segundo o purpurado. “O orgulho do homem no iluminismo francês combateu de maneira amarga a revelação”, explicou o Cardeal Sandoval. Se levantaram monumentos à razão humana e se acreditava que esta seria a resposta a todos os males. Nesse contexto se inspiraram os ataques da época à religião cristã: “O cristianismo é uma religião revelada, isso humilha a inteligência do homem, tinham que combater a religião revelada”, comentou o Cardeal. “O fizeram tremendamente também aqui no México”.

O homem sem Deus: sem identidade nem rumo

Como frutos do distanciamento de Deus, o Arcebispo emérito assinalou o materialismo econômico que originou vítimas em todo o planeta e os desastres do século XX, caracterizado pelos genocídios dos regimes autoritários e as guerras mundiais. “Falando de ocidente, o resultado dos ditos acontecimentos ocasionou uma espécie de descrédito no homem. Atualmente ninguém crê em nenhum sistema, governo ou partido político”, expressou o purpurado. (GPE/EPC)

Com informações das Obras Missionárias Pontifícias Episcopais do México.

 

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