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"Uma Vida, uma História": arcebispo de Maringá lembra Dom Jaime Coelho

Maringá (Terça-Feira, 13/08/2013, Gaudium Press) Por meio do artigo “Uma vida. Uma história”, dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, no Estado do Paraná, prestou uma homenagem e falou sobre a história de vida de dom Jaime Luiz Coelho, o primeiro arcebispo da cidade, que faleceu no último dia 5 de agosto, aos 97 anos.

Segundo o prelado, a história se faz com vidas humanas consumidas em fatos para o bem da coletividade, e a história desta cidade, da Igreja Católica levará no seu bojo as marcas da vida e da presença do dom Jaime Luiz Coelho.

O arcebispo afirma que é impossível contar a história deste povo sem fazer referência ao trabalho, às iniciativas, às conquistas, realizações e resultados concretos da influência importante e decisiva do Primeiro Bispo e Arcebispo.
“Por isso não se trata só de uma recordação do passado e sim de um reconhecimento público, de quem sempre acreditou e fez. Mesmo, às vezes polemizando, criando opositores, soube ser empreendedor corajoso, e realizador de iniciativas que hoje são marcas características de toda região”, destaca.

Diante do fato da morte, explica dom Anuar, surge em nós o desejo de nos tornarmos eternos nas coisas que deixamos e nas lembranças que marcaram a nossa convivência. Ele exemplifica que os museus se encarregam de guardar coisas, objetos, ditos e fatos, mas os museus não são eternos, as coisas têm um fim, os fatos desparecem da memória de quem fica.

“Tudo passa. Só Deus permanece. Como tudo passa, tudo é vaidade das vaidades, fica somente o que fizemos por amor e para amar. Quantos gestos de solidariedade, de afeto, de presença, de mãos estendidas, de promoção humana, de defesa dos últimos excluídos, de dignidade, ficarão gravados na mente e no coração de tanta gente. Isso sim é conquistar a eternidade.”

O prelado lembra que no dia 29 de junho, celebrando a Eucaristia em honra a São Pedro e São Paulo, em um quarto da Santa Casa, na presença de familiares e amigos, Dom Jaime disse: “Combati o bom combate, acabei a minha carreira, guardei a fé. Não me deixem morrer no hospital, eu quero morrer em casa, como meu pai e minha mãe morreram”.

De acordo com o arcebispo, este era um pedido quase impossível, porém a equipe médica disse: “Não poderia ir, mas vamos fazer o seu desejo”. Ele ainda salienta que em casa, na companhia dos familiares, se recuperou, superando todas as previsões, e mesmo se deslocando em ambulância três vezes por semana, para fazer a hemodiálise, festejou no último dia 26 de julho, seus 97 anos.

Dom Anuar transcreve um breve resumo do Testamento Espiritual de dom Jaime, escrito no dia 7 de dezembro de 1991 e aberto no dia 7 de agosto deste ano, na presença dos familiares:

“Invocando a Santíssima Trindade, coloco-me nas mãos de Deus, meu Bom Pai. Não sei o dia em que o Senhor me chamará para a eternidade. Agradeço o dom da fé, o dom do Santo Batismo, que me inseriu na sua Igreja. Agradeço o dom do Sacerdócio, graça da infinita misericórdia de Deus.

Procurei viver o meu lema sacerdotal: ‘Sacerdote para sempre’ e o lema episcopal: ‘Jesus Cristo seja tudo em todos’. Agradeço a minha família, que sempre me cobriu de afeto, amor e carinho. Coloquem Deus em sua vida e nunca se afastem de suas leis. Nesta caminhada certamente não agradei a todos com quem convivi. Se alguém ofendi peço perdão. Todos podem acreditar: Só quis que Jesus Cristo, fosse tudo em todos. Ajoelho-me aos pés da Santíssima Trindade, e renovo a minha profissão de fé, adorando ao Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém”!

O arcebispo de Maringá conclui agradecendo a Deus por ter dado à arquidiocese Dom Jaime Luiz Coelho, como pai, pastor e amigo! “Ajudai-nos Senhor a continuar no caminho do Teu seguimento, observando a tua Palavra, e amando a cada um com o Teu amor.” (FB)

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