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"Só Deus é Deus e só nele havemos de procurar a nossa felicidade", lembra bispo de Frederico Westphalen

Frederico Westphalen (Terça-Feira, 06/08/2013, Gaudium Press) O bispo da diocese gaúcha de Frederico Westphalen, dom Antônio Carlos Rossi Keller, escreveu um artigo, com o título “Se ressuscitastes com Cristo”, em que ele reflete sobre a Liturgia da Palavra do último domingo. O prelado recorda que na segunda leitura da missa, São Paulo afirma que pelo batismo morremos com Cristo para o pecado, e com Ele ressuscitamos para uma vida nova, a vida da graça, a vida de filhos de Deus.

De acordo com o bispo, nós somos chamados a viver como homens novos, com nossos olhos postos nas coisas do ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER.jpgcéu, onde queremos chegar, para viver com Cristo para sempre. Ele enfatiza que o cristão tem a vocação a aspirar às coisas do céu e não às da terra, mesmo precisando das coisas materiais, tendo necessidade delas. “Tem de saber usá-las de modo que nunca o estorvem de chegar ao céu”, completa.

“O mundo ocidental deixou-se invadir por uma onda de materialismo. O que conta são as coisas materiais e os prazeres que podem proporcionar. É o chamado hedonismo, a procura dos prazeres imediatos, como se eles fossem a verdadeira felicidade. Vivemos num mundo paganizado, em que conta apenas o material e em que Deus não tem lugar.”

Dom Antônio cita também o beato João Paulo II, que falou muitas vezes da necessidade dos povos que receberam a luz da fé voltar às suas raízes cristãs. Senão, segundo ele, é como árvore que seca e morre. O bispo acredita que nós cristãos é que devemos realizar essa tarefa de reafirmar o primado do espiritual, de levar Cristo e a sua mensagem a todos os lugares da terra, a começar pelo mundo à nossa volta.

Ainda de acordo com o prelado, assim fizeram os primeiros cristãos em todo o Império Romano e os mártires, que iam para o martírio cantando, desprezando a própria vida e os bens materiais que perdiam, deixando espantados os pagãos, já desiludidos e às vezes mesmo embrutecidos pelos prazeres terrenos.

“E muitos daqueles espectadores se converteram à fé cristã, desejosos de encontrar a alegria daqueles homens e mulheres e até crianças, que desprezavam as coisas terrenas porque tinham a esperança posta mais além. Uma esperança que os enchia desde já de segurança e de alegria. Porque se apoiava na fé e no amor a Jesus por quem ofereciam o seu sangue”, destaca.

Lembrando a citação bíblica “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, dom Antônio afirma que as coisas terrenas são vãs, são ocas, são bolas de sabão, e não podemos andar atrás delas pois nos desiludiremos. Ele menciona o Evangelho de domingo, onde Jesus fala do homem rico que pensava que, por ter muitos bens, já tinha a vida garantida: “Insensato! Esta noite virei pedir a tua vida”.

“Só Deus é Deus e só nele havemos de procurar a nossa felicidade. Quem tem Deus tem tudo. A nossa riqueza está em Deus. Ele é fonte de todos os bens e a nossa felicidade. Santo Agostinho, andou até os 35 anos afastado de Deus. Depois se converteu, ajudado pelas orações e lágrimas de sua mãe, Santa Mônica. Ao contar a sua vida, no livro das Confissões, exclamava: ‘Senhor fizestes-nos para Ti e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansa em Ti’ (Confissões 1,1).”

Por fim, dom Antônio nos alerta a não vivermos como insensatos: “Fazei morrer em vós o que é terreno: imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma idolatria” (2ª leit.). Conforme o bispo, temos de nos guiar pelos ensinamentos de Jesus e tomar a sério os seus mandamentos, sem cair na tentação do relativismo, para o qual o Papa Emérito Bento XVI chamou tantas vezes a atenção, como se pudéssemos caminhar à toa pela vida fora.

“Temos de ser valentes para fazer silêncio dentro de nós, saber enfrentar-nos com valentia com a realidade da nossa vida, estar dispostos a corrigir o que está mal. Com a certeza que podemos contar com o perdão de Deus e com a Sua graça para começar uma vida nova, se é preciso”, conclui. (FB)

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