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"No meio do mundo, o padre torna-se sinal profético da vida definitiva", afirma o bispo de Joinville

Joinville (Segunda-Feira, 05/08/2013, Gaudium Press) Dom Irineu Roque Scherer, bispo da diocese de Joinville, no Estado de Santa Catarina, em seu mais recente artigo refletiu sobre a importância e a missão de ser padre nos dias de hoje, fazendo uma referência ao “Dia do Padre”, comemorado no domingo, dia 4 de agosto.

De acordo com o prelado, ser padre no contexto do mundo moderno não é nada fácil, pois sua missão é árdua e pouco reconhecida. Para ele, o sacerdote é alguém escolhido por Deus, dentro de uma comunidade, no seio de uma família, para ser o continuador da obra salvadora de Jesus: age em seu nome, perdoa os pecados, reconcilia seus irmãos com Deus e entre si, traz Jesus vivo pela Eucaristia e as bênçãos de Deus para todos.

“Há os que pensam que o padre só celebra a missa. Em absoluto! Possui mil e uma atividades em favor das pessoas a quem serve. Uma revista de renome nacional, recentemente, fez uma enquete sobre as pessoas que mais trabalham no Brasil. O resultado foi: os padres e os bispos católicos. E muitos ainda acham que estes não fazem nada”, destaca.

Ainda segundo dom Irineu, o padre não recebe um ministério passageiro, que pode ser assumido por um determinado espaço de tempo e, depois, uma vez cansado de ser sacerdote, se devolve, para reassumir outra atividade, como se nada tivesse acontecido na sua vida.

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Ele enfatiza que nenhum sacerdote poderá esquecer o dia em que se prostrou diante do altar e, pelo ministério episcopal, foi ordenado sacerdote, e publicamente assumiu continuar a memória de Jesus pela celebração do mistério eucarístico. A ele foi dada a mesma ordem que Cristo deu na Última Ceia: “Fazei isto em minha memória”.

“Há, em todo sacerdote, o desejo, o imperativo de ser bom, de ser santo, de evangelizar mais pela vida do que pela palavra. Todo sacerdote, quando se espelha no modelo de Jesus, sente tremer a sua consciência e é tomado pelo temor santo que tomou conta dos profetas que, diante do Deus altíssimo, sentiam toda a fragilidade e pequenez”, completa.

Celibato

Com relação à questão sobre os padres não casarem, o bIspo afirma que poderia falar longamente sobre isso, mas apresenta apenas três motivos. O primeiro, conforme ele, é que o padre não se casa para se identificar com Cristo, que também não se casou e prometeu uma superabundante recompensa a todos quantos abandonam casa, família, mulher e filhos pelo Reino de Deus (Lc 18,29-30).

O segundo motivo citado pelo prelado diz respeito à dedicação. Para ele, os padres não se casam para poder se dedicar, sem reservas e empecilhos, ao serviço do povo de Deus, escolhendo amar mais e amar a todos o tempo todo.

Já o terceiro motivo, ressalta dom Irineu, é para ser sinal profético daquela vida futura que todos esperamos alcançar, onde “os homens não terão mulheres, nem as mulheres não terão maridos, mas serão como anjos de Deus no céu” (Mt 22,30). “No meio do mundo passageiro e transitório, materialista, consumista e hedonista, o padre se torna sinal profético da vida definitiva.”

Por fim, dom Irineu salienta que todos precisam do padre para a reconciliação com Deus, para ouvir a Palavra, para ter a Eucaristia, a bênção do casamento e tantas outras bênçãos, mas todos são responsáveis para que haja mais sacerdotes. Ele ainda cita o papa João Paulo II, que nos ensinou: “Descei no meio dos jovens e chamai, não tenhais medo de chamar”.

“Comoveu-nos o menino do Rio que veio com seu pai para se encontrar com o papa Francisco para lhe dizer algo. O Papa o acolheu, abraçou e o beijou e o menino lhe disse: ‘Papa Francisco, quero ser padre’. Ambos se comoveram e choraram. Também minha expectativa é de que da JMJ nasçam muitas vocações sacerdotais e religiosas.
Viva São Cura d’Ars, Padroeiro dos Sacerdotes! Viva a Cristo, único e eterno Sacerdote”, conclui. (FB)

 

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