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"Movidos pelo amor, seremos capazes de contemplar a Deus no nosso trabalho", afirma o bispo de Frederico Westphalen

Frederico Westphalen (Quarta-Feira, 17/07/2013, Gaudium Press) Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese gaúcha de Frederico Westphalen, escreveu o artigo “O trabalho feito por amor”, onde ele afirma que a santidade cristã precisa do trabalho ordinário, realizado com amor e perfeição. Para ele, o dever de amar a Deus e aos homens, só pode acontecer se formos capazes de pôr amor nas coisas pequenas da jornada diária, procurando descobrir esse algo divino que está escondido nos pequenos pormenores.

O prelado cita no início da sua reflexão as seguintes palavras de João Paulo II: “A vida de Jesus é inequívoca: pertence ao mundo do trabalho, reconhece e respeita o trabalho humano…Ele olha com amor o trabalho, as suas diversas manifestações, vendo em cada uma delas um aspecto particular de semelhança do homem com Deus, Criador e Pai”.

“Tudo fez bem feito” (Mc. 7, 37). Dom Antônio explica que estas palavras resumem bem o que foi a vida de Jesus na terra, e nos alerta que o trabalho feito ao calor do amor de Deus faz crescer e melhorar em todas as virtudes, purificando-nos das escórias e impurezas que pouco a pouco se vão amontoando na nossa vida.

De acordo com o bispo, o nosso trabalho deve ser feito com generosidade, com ordem, com justiça e caridade, com audácia e fortaleza e com mortificação e esforço. Quanto a generosidade, ele ressalta que não devemos regatear tempo e esforço, enchendo as horas de trabalho intenso e bem feito. Com relação à ordem, o prelado afirma que devemos fazer em cada momento o que se deve fazer e estando atentos ao que se está fazendo.

Já sobre a justiça e caridade, dom Antônio enfatiza que estas são virtudes essenciais para santificar o trabalho. Diante de um possível comportamento imoral de companheiros de trabalho, o bispo destaca que devemos ter audácia e fortaleza. E por fim, ele fala da mortificação e esforço, lembrando que Jesus também conheceu o cansaço e a fadiga que acompanham as tarefas diárias e experimentou a monotonia dos dias sempre iguais.

O prelado menciona mais algumas palavras de João Paulo II, na Laborem exercens: “O suor e a fadiga que o trabalho leva consigo necessariamente na condição atual da humanidade oferecem ao cristão e a cada homem, que foi chamado a seguir Cristo, a possibilidade de participar no amor à Obra da Redenção que Cristo veio realizar. Esta obra de salvação realizou-se precisamente através do sofrimento e da morte na Cruz. Suportando a fadiga do trabalho em união com Cristo crucificado por nós, o homem colabora de certo modo com o Filho de Deus na Redenção da humanidade”.

Conforme dom Antônio, todo o trabalho, segundo o desígnio de Deus, deve referir-se a Deus, pois trata-se de colaborar com o Criador na construção o mundo. Ele destaca que o trabalho pode converter-se em algo monótono e aborrecido, algo sem sentido, se o último fim do mesmo é apenas a obtenção de meios econômicos para o sustento próprio e da família, ou o ficar bem perante as pessoas das quais dependemos.

“Também o afã profissional pode converter-se em obsessão o numa espécie de droga: trabalha-se muito, perdendo o verdadeiro sentido do trabalho, convertendo num fim aquilo que não é nem deve ser mais que um meio, arruinando-se a si mesmo e à família”, acrescenta.

Por fim, o bispo afirma que movidos pelo amor, seremos capazes de contemplar a Deus no nosso trabalho, santificando e santificando-nos a nós nesse trabalho. Dom Antônio acredita que é assim que faremos de todo o nosso trabalho oração, em um diálogo ininterrupto com Aquele para quem trabalhamos, oferecendo a Deus Pai todas as nossas obras em união com o Sacrifício da Cruz, que se renova sacramentalmente na Eucaristia.

“Senhor, concede-nos a tua graça. Abre-nos as portas da oficina de Nazaré, com o fim de aprendermos a contemplar-Te a Ti, com Tua Mãe Santíssima e com o Santo Patriarca José…dedicados os três a uma vida de trabalho santo. Remover-se-ão os nossos pobres corações, buscar-Te-emos e Te encontraremos num trabalho diário, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, em obra de amor” (S. Josemaria, Amigos de Deus, 72). (FB)

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