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Frade Franciscano fala sobre seu amigo sacerdote assassinado na Síria

Roma (Quinta-feira, 11-07-2013, Gaudium Press) O frade franciscano Ibrahim Alsabagh fala de coração quando se refere a vida e morte do seu amigo o Padre François Murad que foi assassinado no dia 23 de junho deste ano em Gassanieh, no norte da Síria em um mosteiro franciscano, por islamistas radicais.

O Padre Alsabagh falou com a Catholic News Agency depois da missa em memória do Padre Murad celebrada no dia 4 de julho em Roma, e que foi presidida por Dom Matteo Zuppi, Bispo auxiliar de Roma.

“Minha primeira reação [diante da morte do Padre Murad] foi de amargura, porque eu o havia conhecido pessoalmente, e sei quanto bem fez”, disse o Padre Alsabagh. “Também porque fez me dar conta da proximidade do martírio”, expressou o frade de origem síria.

O Padre Murad “era amável e dócil; ele era um franciscano que sempre desejou iniciar um caminho monástico”, disse. “Ele sempre ajudava em nossa missão, e sempre o consideramos como um de nossos irmãos”. O Padre Murad quis fundar um mosteiro sob a espiritualidade de São Simão Estilita, mas a violência o obrigou a refugiar-se no mosteiro Franciscano em Gassanieh, onde foi assassinado por disparos de armas de fogo.

A proximidade da sensação do martírio que manifesta o Padre Alsabagh tornou-se patente após se descobrir que no dia seguinte da Missa do Padre Murad, o mesmo foi enviado à Damasco “para ajudar e apoiar seus irmãos na missão”. O Padre Alsabagh estava desenvolvendo um doutorado em Roma, e terá um recesso de dois meses para exercer sua missão na Síria.

“Irei voltar lá para estar com meus irmãos e viver o testemunho”, disse. “Provavelmente existem muitos perigos, não existe segurança na capital, nas ruas, nem sequer no mosteiro”. Ele vai a um dos três conventos franciscanos que se encontram na capital síria.

“Qualquer um pode ser assassinado a qualquer momento, mas muitas pessoas esperam nossa força, nossa coragem, nossa oração e nossas homilias”, afirmou o Padre Alsabagh justificando o risco ao qual os frades são expostos. “Eles esperavam palavras de Fé, assim como os sacramentos.”

“Quando há uma Cruz” -com a qual o frade franciscano exemplifica o sofrimento- “há algo que te move e impulsiona mais, há uma força que brota muito de dentro até fora”. “Quando alguém vive na prosperidade, há um grande perigo, e a indiferença vem a ser o resultado. No lugar disto, um pouco de sofrimento, um pouco da Cruz no ombro, nos ajuda a abrir os olhos um pouco para a importância da vocação cristã e de sua beleza.”

O Padre Alsabagh irá carregar a Cruz na Síria. Devemos rezar por ele, e já agradecer à Deus por seu testemunho e o de seus irmãos na religião. (GPE/EPC)

Gaudium Press / S. C.

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