“A razão de nossa autentica realização está em Cristo”, afirma bispo de Frederico Westphalen
Frederico Westphalen (Segunda-Feira, 03/06/2013, Gaudium Press) Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, abordou em um artigo o tema “Jesus Cristo, nosso Salvador”, onde ele afirma que o desenvolvimento de nossa vida de cristãos, que tem como objetivo final a santidade, acontece progressivamente e é, antes de tudo, ação da Graça, obra do Espírito Santo.
Este crescimento, segundo o prelado, acontece sempre na Comunidade da Igreja, que tem como finalidade ser um instrumento que nos conduza com segurança por este caminho. Para ele, hoje temos consciência clara a respeito disto, mas no início da Igreja aconteceu uma discussão a respeito de quem poderia ou não fazer parte da comunidade dos seguidores de Jesus. Muitos cristãos de tradição judaica queriam obrigar os não judeus que desejavam ingressar na Igreja, a passar pelas cerimônias do judaísmo, especialmente a circuncisão, como um sinal de consagração a Deus, na observância da Lei de Moisés.
Dom Antônio explica que a palavra de Deus do último domingo, especialmente a segunda leitura (Carta aos Gálatas 1,1-2.6-10) e o Evangelho (Lucas 7,1-10), nos ensinaram esta lição fundamental: Jesus Cristo é o único e definitivo mediador da salvação para toda a humanidade.
Conforme o bispo, a atitude de Jesus, descrita no Evangelho, que louva a fé daquele oficial romano, expressa esta realidade: Jesus é enviado a todos, e encontra, mesmo entre os pagãos, pessoas capazes de acolher sua Pessoa e seu Evangelho.
Ainda de acordo com o prelado, São Paulo percebe que, a opinião dos cristãos judaizantes, tentando impor aos demais a adesão à Lei e aos costumes judaicos, significa a perda do verdadeiro espírito de liberdade do Evangelho, o risco de que entre os cristãos se aceite a forma de vida farisaica… Dentro da visão daqueles cristãos, tentando impor seus costumes a todos, Jesus Cristo e seu Evangelho tornam-se inúteis: o que conta, é a Lei.
“As consequências deste princípio são funestas: a justificação e a salvação são conquistas humanas. Os judeus, com sua mentalidade legalista, não se sentiam pecadores, necessitados da Graça e da Salvação. Portanto, Jesus Cristo e seu Evangelho tornam-se desnecessários. Aí está a morte do cristianismo”, avalia.
Para dom Antônio, São Paulo contesta fortemente esta visão, ensinando que a salvação é obra de Deus: é Graça, dom imerecido. Segundo ele, do ser humano o que se exige é a colaboração, mas a iniciativa da salvação é de Deus, por meio de Jesus Cristo. Além disso, afirma o bispo, todos tem a necessidade da salvação: não só os pagãos, mas também os judeus, submetidos à Lei de Moisés.
“O que São Paulo ensina é que o cumprimento da Lei não modifica o ser humano. Quem de verdade muda e transforma o homem é Cristo e Sua Graça. Todos somos pecadores, judeus ou pagãos, escravos ou livres, e portanto, todos necessitamos da Graça salvadora obtida para nós por Cristo.”
Por fim, o prelado acredita que também hoje, o risco da diminuição da certeza da centralidade de Cristo e da necessidade da Graça para a salvação é grande: o ser humano pode enganar-se, colocando sua segurança na técnica, na ciência, na violência, na sexualidade, nas drogas e tantas outras propostas de “mediações” para se obter a felicidade, a paz e a alegria.
“É preciso ter sempre viva a sabedoria de jamais se deixar iludir. As realidades humanas justas, servem para ajudar, para colaborar na edificação de uma realidade humana melhor. Mas o sentido de nossa vida, a razão de nossa autentica realização como seres humanos está em Cristo e em sua Graça salvadora”, conclui o bispo. (FB)
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