Arcebispo de Londrina escreveu sobre o Livro dos Salmos
Londrina (Quinta-Feira, 23/05/2013, Gaudium Press) Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, no Estado do Paraná, em seu último artigo fez uma reflexão sobre o Livro dos “Salmos”. No texto, o prelado afirma que Salmo quer dizer louvor, portanto oração de louvor, de súplica, de arrependimento. Para ele, salmodiar é rezar, cantar com as orações do saltério, com as orações bíblicas.
De acordo com o arcebispo, o Livro dos Salmos contem as orações, hinos, cânticos, do povo de Deus. Ele explica que nos salmos temos a história de Israel em forma de oração, e que o próprio Deus inspirou as preces dos salmos e assim entramos em colóquio com o Senhor com nossas palavras humanas. “A palavra que o homem dirige a Deus torna-se também Palavra de Deus”. (Bento XVI).
Dom Orlando ainda salienta que os salmos eram a oração do povo de Deus e, portanto, devemos devolver esta oração ao povo. “Salmo não é só para seminaristas, religiosos, padres ou monges. É oração do povo e para o povo, inspirada pelo Espírito Santo. Muitas comunidades, movimentos e leigos rezam os salmos”, afirma.
É bom lembrar, diz o prelado, que Jesus, Maria e os Apóstolos rezaram os salmos e, normalmente, todo o judeu sabia os salmos de cor, onde podia expressar também seus sentimentos. Ele também destaca que o salmo é benção para o orante, glória de Deus, louvor da multidão, palavra do universo. Santo Ambrósio afirma que o Livro dos Salmos é o mais suave e todos podem tirar proveito e encontrar remédio no saltério.
“Nos salmos ouvimos a voz da Igreja, temos uma profunda confissão de fé, aprendemos a verbalizar nossos sentimentos em forma de oração. O salmo abranda a ira, desfaz a preocupação, consola na tristeza. Na oração dos salmos temos a proteção divina, o ensino da Palavra e da vontade de Deus, a alegria da santidade, o penhor da paz, da concórdia, da segurança e tranquilidade. Os salmos nos inflamam de amor a Deus e compaixão com os irmãos”, avalia dom Orlando.
Para o arcebispo é preciso nos reconciliar com os salmos, rezá-los sob a luz do Novo Testamento, até porque a Igreja adotou os salmos como sua oração oficial, que chamamos de “Liturgias das Horas”. Conforme o prelado, quando rezamos os salmos estamos rezando a história salvífica do povo de Israel, a história da Igreja e a nossa própria história.
“Rezar os salmos é rezar a oração inspirada por Deus, é rezar a oração da Igreja, é rezar a oração que Jesus rezou. Na verdade os salmos ensinam rezar com a natureza, a rezar na alegria e na tristeza, a rezar com os sentimentos e com nossa própria história. Cada um de nós encontra a si mesmo nos salmos”, enfatiza.
Por fim, o prelado pede que Deus apresse o dia em que nas comunidades, paróquias, principalmente antes das missas sejam rezados os salmos. Ele acredita que uma Igreja que se compromete em ser uma “Igreja bíblica” certamente não se omitirá em oferecer a oração dos salmos ao povo, e quem frequenta fielmente os salmos faz experiências profundas e inesquecíveis com a Palavra de Deus. Segundo dom Orlando, no início os salmos parecem amargos, mas, há neles doçura, luz, surpresas, descobertas, assombro.
“Alimentemos o povo com as delícias da Palavra de Deus nos salmos. Bem aventurados são os que aprendem rezar os salmos e se dispõem a ensinar esta oração a pequenos e grandes, a crianças e idosos. Os salmos mudam nossa vida para melhor. Nossa vida se torna um salmo”, conclui. (FB)
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