“Como Maria, ofereçamos a misericórdia divina ao mundo”, recomenda bispo de Campo Mourão
Campo Mourão (Sexta-Feira, 10/05/2013, Gaudium Press) O bispo da diocese paranaense de Campo Mourão, dom Francisco Javier Delvalle, em seu mais recente artigo fez uma reflexão sobre o mês de maio, que nos desperta à contemplação da figura mais estelar na história da fé cristã: a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e serva obediente à vontade do Senhor. Ele afirma que, desde seus primórdios, o cristianismo acolheu a presença materna de Maria como prolongamento e confirmação do próprio “estar” de Jesus Cristo na Igreja.
Segundo o prelado, a pessoa da Virgem de Nazaré é a prova real e o sinal visível do amor divino pela humanidade, pois Maria aponta para a historicidade de Jesus, enquanto atesta concretamente a vizinhança entre Deus e o ser humano. “Jesus Cristo, dela nascido é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, por isso, olhando para Maria somos chamados, primeiramente a meditar o real significado da redenção reluzente no Natal do Senhor.”
O bispo ainda salienta que se Maria nos instrui sobre verdade tão fundamental professada em nossa fé, podemos colher a firme destinação catequética da sua vida. Ele então nos faz refletir sobre o “sim” dado ao anjo Gabriel na Anunciação. Inicialmente, prossegue dom Francisco, convém destacar que o consentimento da Virgem de Nazaré sintetiza a expectativa milenar do Antigo Testamento relativa ao Messias libertador, porque este “sim” ultrapassa o nível do puro consentimento, atingindo a estatura de Profissão de Fé, sendo sinônimo de “eu creio!”.
“Crer inteligente e instrutivo, apto a convencer Maria sobre a chegada ‘da plenitude dos tempos’ (Hb 1,1). Crer obediente, orientado para a confiança total na vontade salvífico-libertadora de Deus revelada no envio do Filho Unigênito. Com efeito, ‘Deus não enviou o Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele'”, ressalta.
Continuando o seu raciocínio, o prelado afirma que a missão de Jesus descrita pelo anjo Gabriel a José inclui o “sim” de Maria no Mistério da Salvação. Disse-lhe o anjo em sonho: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).
Conforme dom Francisco, salvar aqui é sinônimo de resgatar, ou seja, reerguer a criação outrora manchada pela culpa dos primeiros pais, Adão e Eva. Para ele, o menino de Belém, nascido da Santa Virgem abriu para o gênero humano o caminho de regresso ao convívio com Deus. “Se a vida de Jesus é caminho do regresso humano à felicidade perfeita na vida divina, então o ‘sim’ de Maria é o portal de ingresso nesta vereda espiritual”, completa.
Ainda de acordo com o bispo, esse belo simbolismo referente à verdade tão elevada comprova o diálogo entre criador e criatura no projeto da salvação, pois Maria nos põe em contato com a misericórdia de Deus, que na pessoa de Jesus Cristo, partiu em marcha rumo ao semblante humano curvado sobre seu próprio “eu”. Ele diz que a profissão de fé reluzente no “sim” da Virgem continua a ecoar na voz da Igreja. O Concílio Vaticano II apregoou esta convicção mediante a proverbial expressão: “A Mãe de Deus é figura da Igreja pela fé, pelo amor e pela perfeita união a Cristo” (Lumen Gentium, 63).
“Na celebração do Ano da Fé, o catequético exemplo de Maria refulge com clareza ainda maior! Ele nos inspira no aprimoramento do ser Igreja. Impulsiona-nos ao discernimento do que é bom, agradável e perfeito perante Deus. Antecipa ao coração fiel a alegria proveniente da fé alicerçada na esperança que não decepciona (Rm 5,5)”, avalia o bispo.
Por fim, dom Francisco nos convida à frutuosa vivência da espiritualidade Mariana durante o mês de maio. “Intensifiquemos as práticas de piedade, dentre as quais o Santo Rosário se destaca com veemência. Meditemos dedicadamente a Palavra de Deus, conservando no coração o valor dos divinos ensinamentos. Invoquemos com fervor a intercessão de Nossa Senhora. Como Maria, ofereçamos a misericórdia divina ao mundo através do nosso modo de ser, de pensar e de viver”, conclui. (FB)
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