“O sacerdócio comum e ministerial são duas participações no mesmo sacerdócio de Cristo, Único Sacerdote”, afirma bispo de Frederico Westphalen
Frederico Westphalen (Segunda-Feira, 05/05/2013, Gaudium Press) Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, escreveu em seu mais recente artigo sobre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ordenado - uma forma de Cristo perpetuar a sua memória e a sua mensagem viva e real entre nós.
Segundo o prelado, Jesus gostava de dizer que nunca estava só e podemos vê-lo se retirar para a montanha, só, para se juntar a seu Pai. Além de prometer aos seus discípulos não os deixar órfãos porque lhes enviará o seu Espírito, o Espírito Santo, o Defensor. Dom Antônio lembra ainda que na hora das grandes confidências, pouco tempo antes da sua paixão, Jesus anuncia aos seus discípulos que virá habitar neles com o seu Pai, na condição de permanecerem fiéis à sua palavra.
“Não somente o Pai e o Filho querem habitar nos discípulos, mas o Espírito Santo também habitará neles para ensinar e fazer recordar-se de tudo o que Jesus lhes disse. Sabemos que há duas formas de morte: a morte física e o esquecimento. Jesus veio anunciar aos seus discípulos que, após a sua morte, Ele ressuscitará, e o Espírito Santo ajudará os discípulos a não esquecer o que fez e disse: eles farão memória, recordando-se d’Ele, mas, sobretudo, proclamando-O vivo hoje até à sua vinda na glória”, avalia.
E, de acordo com o bispo, uma forma de Cristo perpetuar a sua memória e a sua mensagem viva e real entre nós é precisamente através do sacerdócio. Ele explica que o sacerdócio ministerial é o sacerdócio dos bispos e padres (não dos diáconos) e o sacerdócio comum dos fiéis é o sacerdócio de todos os batizados.
Dom Antônio enfatiza ainda que o sacerdote significa: aquele que oferece o sacrifício e, por sua vez, sacrifício significa oferta sagrada. “Então, o sacerdote é aquele que oferece a Deus um sacrifício. Cristo é, a bem dizer, o único verdadeiro sacerdote (cf. Carta aos Hebreus): sacerdote único e eterno porque Se ofereceu a Si mesmo no altar da cruz. Ele próprio é, ao mesmo tempo, o sacerdote e a oferta”.
Para o prelado, os padres são chamados de sacerdotes porque, agindo “na pessoa de Cristo Cabeça” (cf. Catecismo Igreja Católica nº 1548), eles oferecem no altar o sacrifício de Cristo na Cruz, atualizado através da Eucaristia. Mas ele salienta também que, todo o batizado é, pelo seu batismo, sacerdote, como Cristo.
“Então, sendo sacerdotes, que oferta sagrada é que oferecem a Deus? O cristão oferece a Deus em sacrifício a sua vida. Isto não que dizer que faça da sua vida um sacrifício-sofrimento, mas sim um sacrifício-oferta a Deus, oblação. Embora os seus sofrimentos também façam parte da sua oferta, pois o batizado consagra ao seu Senhor toda a sua vida, tudo aquilo que é. Ele é consagrado pelo batismo e pela unção do Espírito Santo para oferecer, mediante todas as obras do cristão, sacrifícios espirituais”, declara.
Por fim, o bispo afirma que este “sacerdócio comum” é o de Cristo, único Sacerdote, do qual participam todos os seus membros (cf. Catecismo nº 1141), e é o selo batismal que os compromete e os tornam capazes de: servir a Deus mediante uma participação viva na santa liturgia da Igreja; e de exercer o seu sacerdócio batismal pelo testemunho de uma vida santa e de uma caridade eficaz (cf. Catecismo nº 1273). Dom Antônio ressalta que sacerdócio comum e ministerial são duas participações no mesmo sacerdócio de Cristo, Único Sacerdote.
O sacerdócio comum, conforme o prelado, não quer dizer inferior, mas pelo contrário, o sacerdócio ministerial (dos bispos e padres) existe por causa do sacerdócio comum (de todos os batizados), e não o inverso. Na verdade, esclarece ele, o sacerdócio comum dos fiéis realiza-se através do desenvolvimento do seu batismo: vivendo uma vida de fé, esperança e caridade, uma vida segundo o Espírito.
“Ora, o sacerdócio ministerial proporciona ao batizado os meios de que ele necessita para viver a vida divina que recebeu no batismo. O sacerdote (padre) é um dispensador desses meios, principalmente dos sacramentos. Mas os padres continuam a viver, também, o sacerdócio comum dos fiéis. Antes de serem padres são batizados: ‘Convosco sou cristão; para vós sou bispo’ (Santo Agostinho)”, conclui. (FB)
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