Dom Zeno Hastenteufel : É Páscoa mais uma vez…

Novo Hamburgo (Quinta-Feira, 11/04/2013, Gaudium Press) Com o título “É Páscoa mais uma vez”, dom Zeno Hastenteufel, bispo da diocese de Novo Hamburgo, no Estado do Rio Grande do Sul, escreveu um artigo sobre este próximo domingo, já pela terceira vez a comunidade cristã celebrará a Páscoa do Senhor.

O prelado afirma que tal como já aconteceu nos domingos anteriores, o Senhor ressuscitado aparecerá aos apóstolos. Na primeira leitura, antecipa o bispo, já aparece a Igreja perseguida, quando os apóstolos são levados ao tribunal e são proibidos de falar no nome do Senhor. Mas Pedro responde: “É preciso antes obedecer a Deus do que aos homens”. (At 5,29).

Com relação ao Evangelho deste domingo, dom Zeno explica que Jesus aparece no mundo do trabalho, pois os apóstolos eram trabalhadores e para eles a pesca era uma profissão. “Temos a impressão de que, depois da páscoa, depois de tudo o que aconteceu, para os apóstolos, já estava claro que o Mestre tinha ressuscitado e que a vida estava continuando. A vida volta à normalidade e eles voltam a retomar o trabalho”, analisa.

De acordo com o texto do Evangelho, é possível perceber que um grupo grande de apóstolos tinha passado a noite tentando pescar e nada tinham conseguido. O bispo salienta que pela manhã, o Senhor ressuscitado aparece na margem do lago e ordena: “Lançai a rede à direita da barca e achareis”, e não é que eles pescaram 153 peixes grandes e quase não conseguiam puxar a rede para fora.

“Era um sinal. Eles já tinham experimentado algo semelhante, durante a vida pública de Jesus. Quando se deram conta desta verdade, João exclamou: ‘É o Senhor”! Ninguém mais tinha dúvidas’. Era Ele de verdade, estava vivo, ressuscitado”, completa dom Zeno.

Ainda nos recorda o prelado que, junto à margem, os apóstolos tomaram a refeição preparada pelo Senhor, e estava claro: É o Mestre que está conosco! Foi então que o Senhor perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” (Jo 21,15). Pedro imediatamente respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”.

O curioso, lembra o bispo, é que por três vezes o Cristo ressuscitado faz a mesma pergunta e Pedro, já todo apavorado, dá a sua resposta, sempre mais tranqüila e clara: “Senhor, tu sabes que eu te amo”. E Jesus sempre de novo repete: “Apascenta as minhas ovelhas”.

Por fim, dom Zeno afirma que só no final de tudo isto é que Pedro entendeu que se tratava de um ritual muito significativo: era o momento da reconciliação, pois naquela quinta-feira da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, no início do processo de julgamento de Jesus, Pedro tinha negado três vezes o seu Mestre e Senhor. Agora, conforme o prelado, era preciso que Pedro afirmasse três vezes que ele amava Jesus e que estava disposto a apascentar o seu rebanho.

“Naquele instante, Pedro sentiu-se perdoado e em condições de assumir a sua missão de coordenar o colégio dos apóstolos. E, bem no final de toda a cena do evangelho, Cristo diz a Pedro: ‘Segue-me’. Estava reconciliado. Estava pronto para ser introduzido em sua nova missão. Estava pronto para ser o primeiro Papa da Igreja de Cristo”, conclui.(FB)