Bento XVI renova seu apelo pela "humanização do trabalho" na audiência geral da semana
Cidade do Vaticano (Quarta, 27-05-2009, Gaudium Press) Em seu discurso de hoje pela audiência geral da semana, dirigido a uma grande massa de fiéis na Praça São Pedro, o Papa Bento XVI dedicou o tema de sua catequese dos grandes escritores da Igreja do Oriente e da Idade Média a São Teodoro, o Estudita. Cerca de 1400 pessoas se reuniram para escutar o pontífice.
O santo é um representante do período bizantino medieval, um monge que viveu em um período de forte presença da iconoclastia – destruição e ojeriza a veneração de imagens sacras. “São Teodoro nasce em uma família nobre e pia: a mãe, Teoctista, e um tio, Platone, abade do monastério de Sakkudion em Bitinia, são venerados como santos. Foi o próprio tio quem orientou-o na vida monástica, a qual abraçou aos 22 anos de idade. Foi ordenado sacerdote pelo patriarca Tarasio. Teodoro e sues monges, trestemunhas de coragem em um tempo de perseguições iconoclastas, estão inseparavelmte ligados à reforma da vida cenobítica no mundo bizantino”., disse Bento XVI.
O Papa falou também das condições de pobreza e miséria em que, por opção e voto, vivia o monge, e disse que o desapego a coisas materiais deve ser um valor também nos dias de hoje.
“A renúncia à posse das coisas materiais, o comportamento de liberdade por esse monge exaltado, como também a sobriedade e simplicidade valem, em sua forma radical, somente para os monges, mas o espírito de tal renúncia é igual para todos. De fato, não devemos depender da propriedade material; devemos, ao invés disso, aprender a renunciar, aprender sobre a simplicidade, sobre a austeridade e sobre a sobriedade. Somente assim pode crescer uma sociedade solidária e pode ser superado o grande problema da pobreza deste mundo”, afirmou Bento XVI, que acrescentou que somente com a submissão e a obediência às regras mais básicas da vida comum a sociedade pode ser “sanada”.
Bento XVI comentou ainda sobre a importância que São Teodoro dava ao trabalho. Segundo ele, o monge medieval tinha para si como uma de suas maiores virtudes o amor ao trabalho. Para o monge, de acordo com o pontífice, o trabalho “prova a qualidade da devoção pessoal do homem: aquele que trabalha com assiduidade é assíduo também espiritualmente”.
“A ‘regra’ se revela singularmente atual” – contextualizou o Papa. “São numerosas as correntes atuais que minam a unidade da fé comum e estimulam um tipo perigoso de individualismo espiritual. É necessário empenhar-se na defesa e fazer crescer a perfeita unidade do Corpo de Cristo, na qual possam compor-se com harmonia a paz da ordem e as sinceras relações pessoais no Espírito”.
Ao final de sua alocução, como de hábito, Bento XVI saudou os fiéis em diversas línguas, entre as quais francês, inglês, alemão, espanhol, português, polonês, croato. Havia peregrinos presentes de inúmeros países europeus, do Canadá, dos Estados Unidos, da Índia, Indonésia e também da América Latina.
Em português, a um enorme número de fiéis oriundos do Brasil – peregrinos das Paróquias de São Dimas, São José dos Campos; grupos Nossa Senhora das Graças, de São Paolo e da diocese de Bauru – o Papa disse:
“Uma saudação amiga e encorajadora para todos os peregrinos de língua portuguesa! Este nosso encontro tem lugar na novena do Pentecostes, que quer recriar sentimentos de fraterna benevolência e humilde adoração nos corações e comunidades, como argila nas mãos de Deus à espera do sopro vivificador do Espírito Santo. Venha Ele sobre os grupos brasileiros das dioceses de Bauru, São José dos Campos e São Paulo e também sobre os fiéis cristãos de Paderne e de Lisboa. Sobre todos os presentes e seus familiares, desça a minha Bênção”.
Na audiência geral de hoje foi concluída também a etapa romana da maratona de revezamento com a tocha “Correr sobre a sombra de São Paulo”, organizada por conta da celebração do Ano Paulino pela fundação João Paulo II para o Esporte. A iniciativa não tinha foco na competição mas na passagem pelos lugares onde viveu o apóstolo. A maratona paulina percorreu 1300 km desde o dia 23 de abril, de Jerusalém a Roma, passando por Israel, Grécia, Malta e grande parte da Itália meridional.
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