Bento XVI preside celebração das Vésperas e pede a paz em nome de São Bento em visita à Abadia de Monte Cassino
Monte Cassino (Segunda, 25-05-2009, Gaudium Press) Recebido pelo abade dom Pietro Vittorelli com o velho ritual da lavagem das mãos, regra de São Bento, Bento XVI começou às 13h30 deste domingo sua visita à Abadia de Monte Cassino (na cidade de Cassino, Itália).
Depois do almoço, de um breve repouso e do encontro com a Comunidade Monástica da cidade, o pontífice presidiu, às 16h30, a celebração das Vésperas, na basílica da Abadia e na presença de abades beneditinos, monges e monjas vindos do mundo inteiro.
“Neste encontro entre Pietro e Bento resplandece hoje o ícone da Igreja, como comunidade de pobres que recebem e anunciam e dividem a salvação que Deus nos deu em Cristo”, disse, em nome da Abadia, dom Pietro em saudação a Bento XVI.
“Monte Cassino conserva os restos mortais de Bento, mas guarda principalmente a mensagem de paz: uma paz que nasce como uma contínua exigência de resgate da fúria destruidora que também,neste lugar, tocou homens e coisas; uma paz que nasce da capacidade de crer, ver, anunciar, como o Santo Patriarca, o futuro do mundo em um único raio do amor de Deus”, prosseguiu o abade.
Ao fim do discurso, dom Pietro presenteou o Papa com o volume fotográfico “Ciociaria nell’anima”(Ciociaria na alma, em tradução livre)de Nicola Giuseppe Smerilli. O Santo Padre doou um cálice e uma pátena para a Basílica da Abadia.
Na abertura de sua homilia, o pontífice apontou São Bento como “um exemplo luminoso de santidade”, principalmente por sempre porpor uma “equilibrada e adequada visão das exigências divinas”.
“Bento foi um exemplo luminoso de santidade, indicou aos monges como único ideal: Cristo. (São Bento) foi mestre de civilidade que propunha uma equilibrada e adequada visão das exigências divinas e das finalidades últimas do homem”.
“O ser humano não se realiza completamente, não pode ser verdadeiramente feliz sem Deus. (…) Nisto consiste a santidade, proposta válida para todos os cristãos, principalmente na nossa época, quando se adverte a necessidade de ancorar a vida e a história a sólidas referências espirituais”, continuou o Papa.
Diante das relíquias de São Bento, o Papa encerrou a eucaristia com honras ao santo e sua irmã, Santa Escolástica. O fim da celebração veio com a leitura da Santa Escritura.
A visita terminou após uma breve oração no cemitério polonês das vítimas da Batalha de Montecassino, local escolhido pela proximidade da Abadia. Com uma vela acesa e orações, o Santo Padre recordou todos os mortos de todas as guerras, inclusive aqueles cujos corpos jazem em cemitérios de guerra próximos dali – o alemão, com mais de 20 mil mortos, o inglês, com mais de 4 mil, e outros.
“Ó Deus, nosso Pai, fonte inesgotável de vida e de paz, acolhe no Teu abraço misericordioso os mortos da guerra que aqui se alastrou, os mortos de todas as guerras que derramaram sangue sobre essa terra. (…) Pai bondoso e misericordioso faz de nós, teus filhos em Cristo, perseverantes construtores da paz e servidores incansáveis da vida, dom inestimável do teu amor”, pediu o pontífice.
Depois dos bombardeios da II Guerra Mundial à região onde fica a cidade de Cassino, a Abadia foi novamente reconstruída e hoje é simbolo de paz na Europa Ocidental.
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