Há uma semana de sua renúncia, Bento XVI já é um Papa que marcou a história

Roma (Sexta-feira, 08-03-2013, Gaudium Press) Já faz uma semana que Bento XVI renunciou ao Pontificado, e faz também uma semana que iniciou a Sede Vacante. Passados por um pouco de chuva, os dias no Vaticano, onde desde segunda-feira passada ocorrem os encontros prévios ao Conclave com as Congregações Gerais dos Cardeais, desenvolvem-se com relativa calma e com grande expectativa frente à eleição do próximo sucessor de Pedro.

E Bento XVI, tal como já se havia estipulado, permanece em silêncio e em oração em Castel Gandolfo. Muito pouco tem-se difundido dele nos meios de comunicação desde seu translado em helicóptero à residência de verão, onde permanecerá uns meses antes de se transladar a um convento dentro do Vaticano.

O certo é que o hoje Papa Emérito já é protagonista de várias linhas da história da Igreja. Além de ser o primeiro a levar o título “Romano Pontífice Emérito” – distinção que nem sequer recebeu Celestino V, outro Papa cuja abdicação foi histórica-, e de ser o primeiro Pontífice da história recente a renunciar ao Pontificado, sobretudo após o longo ministério Petrino do Beato João Paulo II; pode-se dizer que Bento XVI passará para a história por ser o “Apóstolo e Guardião da Fé”.

Assim revelam seus numerosos documentos, especialmente suas três encíclicas – “Deus caritas est”, “Spe salvi” e “Caritas in veritate”-, bem como os três volumes do livro Jesus de Nazaré no qual o Papa Emérito mostra em detalhe o Jesus Histórico, e suas múltiplas Cartas Apostólicas, sem mencionar outros escritos, que em conjunto mostram o anelo de Bento XVI de preservar e fortalecer a fé de seus fiéis.

Entre seus documentos, não se pode deixar de lado sua Carta apostólica ” Porta Fidei”, com a qual o Pontífice Emérito convocou o ano da fé – ainda em curso -, que pode hoje ser considerada uma das principais heranças que deixou aos fiéis da Igreja.

“‘A porta da fé’, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada em sua Igreja, está sempre aberta para nós. Cruza-se esse umbral quando a palavra de Deus se anuncia e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar essa porta supõe empreender um caminho que dura toda a vida”, escreve assim Bento XVI ao iniciar sua Carta Apostólica.

Por ora, sabe-se que o Pontífice Emérito continuará servindo a Igreja que guiou por quase oito anos, mas em oração e intercedendo pelas necessidades de seus pastores e fiéis.

Gaudium Press / Sonia Trujillo