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"Decisão do Papa Bento XVI aconteceu com lucidez e coragem", afirma o arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre (Quarta-Feira, 13/02/2013, Gaudium Press) A notícia da renúncia do Papa Bento XVI foi comentada pelo arcebispo metropolitano de Porto Alegre (RS), dom Dadeus Grings, durante entrevista coletiva concedida na tarde da última segunda-feira, na Cúria Metropolitana da capital gaúcha. O arcebispo classificou a ação do pontífice como um ato de lucidez.

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De acordo com o arcebispo, ele só tomou conhecimento da renúncia do Pontífice através da imprensa e declarou-se surpreso com a decisão do Santo Padre. Para Dom Dadeus, a decisão aconteceu com lucidez e coragem. “O Papa fez a renúncia. Foi um ato de coragem de mostrar para o mundo que há um momento em que as pessoas devem conseguir sair do cenário. Isso se olha em todas as profissões e encargos”, afirmou.

O prelado recordou ainda o seu último encontro com Bento XVI, ocorrido em dezembro de 2012, por ocasião do Congresso Ecclesia in America. Ele explicou que esteve em Roma, em dezembro, e teve dois encontros com o Papa. “Sentíamos que ele tinha dificuldade em se locomover, mas estava com muita lucidez”, disse dom Dadeus acrescentando que além de lucidez, a missão requer força física.

“A Igreja preza pela liberdade, então depende da pessoa que vai fazer sua renúncia. Foi o que o Papa hoje fez diante da surpresa do mundo. Não se esperava porque é o pai que fica até o fim da vida. Ele renunciando, é claro que se abre uma perspectiva nova”, destacou o arcebispo.

Sobre a eleição de um novo Pontífice, dom Dadeus revelou que espera um Papa com perfil de pastor: “Acredito que o próximo Papa vai ser um Pastor que vai ao encontro do mundo inteiro como João Paulo II, para levar a Boa Nova. Só a presença do Papa empolga multidões e nós temos uma mensagem que é maior do que o Papa, é Jesus Cristo”, disse o prelado.

Dom Dadeus ressaltou que todos os cardeais são candidatos ao cargo, e que o Brasil tem nomes exponenciais para o posto. Ele também comentou que um dos desafios do novo Papa é ver a Igreja unida, pois desde o Concílio se buscou em fazer um diálogo ecumênico. Jesus Cristo deu como norma: Que todos sejam um. “Isso não acontece e contradiz a Vontade de Cristo. É um desafio e, hoje, se caminha para esta unidade. Esperamos que, com o novo Papa, nós possamos dar um passo decisivo na unidade dos cristãos.”

Em relação a sede vacante, o arcebispo enfatizou que a Igreja tem uma organização, e que até o dia 28, Bento XVI é Papa, pois ele ainda não renunciou, ele apenas anunciou a renúncia. “Quando a Igreja fica sem Papa, os cardeais assumem em conjunto e há um cardeal que vai ser responsável pela coordenação dos trabalhos. A Igreja não fica acéfala. Fica sede vacante, então não se faz nada extraordinário até a eleição do novo Pontífice”, completou.

Sobre a Jornada Mundial da Juventude, o prelado disse que era um compromisso que o Papa havia assumido, e que por ser um encontro com o Papa, se ele não estiver, o encontro fracassa. Para o arcebispo, Bento XVI começou sentir que chegando até julho não teria muitas condições para uma viagem internacional dessas, então, ele achou melhor deixar isso para o sucessor, que não pode ser apenas um delegado. “Na Igreja, nos prezamos muito a pessoa do Papa como representante de Cristo. Ele renunciando, haverá um sucessor. É um compromisso muito grande, um testemunho diante do mundo.”

Por fim, dom Dadeus disse aos fiéis da arquidiocese de Porto Alegre para que mantenham o espírito de oração para que o Espírito Santo guie a escolha do sucessor: “Quem orienta a Igreja é o Espírito Santo. Ele é quem vai colocar um novo Papa na Igreja de Jesus Cristo. Isso não nos assusta. Nós cremos que a Igreja vai caminhar no rumo seguro, orientado pelo Espírito Santo”, concluiu. (FB/JS)

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