“Sínodo dos bispos encoraja e promove o otimismo para o caminho da nova evangelização”, afirma arcebispo
Porto Alegre (Segunda-Feira, 17/12/2012, Gaudium Press) Com o título “A nova evangelização”, dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, falou em seu mais recente artigo sobre o início da evangelização e sobre a nova evangelização.
Há dois mil anos Cristo iniciou, na Palestina, sua evangelização: anunciou o Reino de Deus, implantando-o no mundo, e atraindo multidões que se aproximavam dele para ouvi-lo e serem curadas.
O prelado recordou que Jesus enviou, depois, seus discípulos para continuar a missão recebida do Pai. E a partir daí, surgia algo novo na terra. “Chegava à salvação da humanidade! Era preciso anunciá-la e comunicá-la. Passados mil e quinhentos anos, quando a Europa já se considerava evangelizada, descobriram-se novos povos, ainda não evangelizados. Foram enviados missionários para a América recém-descoberta e para as Índias. Ali acontecia a primeira evangelização daqueles povos. O resultado foi estupendo nas Américas, que praticamente toda aderiu a Cristo”, esclareceu dom Dadeus.
O arcebispo explicou que por ocasião dos 500 anos da evangelização da América, em 1992, Papa João Paulo II convocou a VI Conferência do episcopado latino-americano para Santo Domingo, com a tríplice incumbência: ao celebrar o jubileu da evangelização do Continente da Esperança, tratar dos desafios da evangelização, da cultura cristã e da promoção humana. “Por esta ocasião lançou a perspectiva de uma nova evangelização. Perguntado sobre o que haveria de novo, respondeu com a necessidade de um novo ardor, de novos métodos e de novas expressões, o que
equivale a urgir uma inovação no entusiasmo, nos gestos e na linguagem”.
Com relação ao Concílio Vaticano II, cujo jubileu de ouro estamos celebrando, dom Dadeus destacou que ele foi convocado pelo Papa João XXIII e culminou em Roma entre 1962 e 1965. Para ele, representou a maior tentativa da Igreja de uma nova evangelização, pois nos seus 16 documentos expressa a nova mística que deve animar a Igreja, as novas orientações e responde aos novos desafios da evangelização. Dez anos mais tarde, segundo o arcebispo, o Papa Paulo VI, a quem coube concluir o Concílio e levá-lo à prática, convocou um sínodo dos bispos para esclarecer o
significado da evangelização e emanou a sua primeira exortação pós-sinodal, com as iniciais de Evangelii Muntiandi.
“Agora, o Papa Bento XVI convoca novamente um sínodo dos bispos sobre o mesmo tema, especificando-o como nova evangelização. Lança os grandes desafios, pondo como base o encontro com o Senhor, único capaz de dar sentido à vida e trazer paz ao mundo. Reafirma o valor do matrimônio, como instituição divina. Propõe a vocação universal à santidade, sendo os santos os verdadeiros protagonistas da evangelização. O sínodo foi aberto em Roma, em 7 de outubro, com a presença de 250 bispos do mundo inteiro”, disse o prelado.
Por fim, dom Dadeus afirmou que o sínodo mostra o novo modo de viver e testemunhar a fé, adverte sobre o risco da burocratização da vida sacramental, sobre a importância do sacramento da penitência chamando-o sacramento da nova evangelização, insiste na humildade da Igreja ao propor o Evangelho na ótica da caridade, sem imposições, além de insistir na urgência de passar de uma pastoral passiva, de mera conservação, para uma pastoral mais intrépida.
“O sínodo abre a perspectiva de uma consagração do mundo ao Espírito Santo, tendo Maria por modelo. Tenta promover o diálogo entre a beleza da arte e da fé, como instrumento da evangelização. Enfrenta o desafio da globalização, para proteger as culturas locais com seus valores tradicionais, e volta a insistir na missão continental. Em síntese, encoraja e promove o otimismo para o caminho da evangelização”, concluiu o arcebispo. (FB)
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