Na Basílica de São Pedro, Bento XVI preside missa pelos novos cardeais
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 26-11-2012, Gaudium Press) – Na Basílica de São Pedro, o Papa Bento XVI presidiu na manhã de domingo a missa para os novos cardeais que haviam sido criados no sábado. Antes de iniciar o rito da santa missa, o Santo Padre ouviu a saudação do novo Cardeal James Harvey, ex Prefeito da Casa Pontifícia.
Com as músicas executadas pela capela musical Sistina, a missa teve a presença do colégio cardinalício, bispos, fiéis e delegações diplomáticas, especialmente dos países de origem dos novos purpurados.
Na saudação feita em nome dos novos cardeais, Dom Harvey, entre outras afirmações, disse que “a vida do Papa foi uma lição vivente de que a teologia mais profunda não é articulada na mesa, mas elaborada de joelhos”. “Ao aceitar o cardinalato – disse o novo cardeal estadunidense – nos comprometemos plenamente em ser agentes perseverantes e responsáveis pela Nova Evangelização”.
Era o dia da solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo e último domingo do Ano Litúrgico, o Pontífice quis recordar em sua homilia que a Igreja nos convida a dirigir o olhar em profundidade para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo.
As três leituras do dia falam desse reino, salientou o Papa: no Evangelho de João, Jesus esclarece que o seu reino não pode ser confundido com qualquer reino político. Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria fazê-Lo rei para derrubar o poder romano e estabelecer o tão esperado reino de Deus. “Mas Jesus sabe que o reino de Deus é completamente diferente dos reinos terrenos; não se baseia nas armas e na violência”.
O Papa advertiu que os cristãos não devem cair na tentação de desembainhar as espadas, como Pedro no momento da prisão de Jesus, no Getsêmani:
“Ele não quis ser defendido com as armas, mas cumprir a vontade do Pai até o fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida”.
Refletindo sobre o encontro entre Pilatos e Jesus, o Papa frisou que o reino de Deus “é um reino de servidores”; e observou que um “um homem de poder”, como Pilatos, ficou surpreendido diante de um homem indefeso, frágil, humilhado como se apresentava Jesus. Pilatos não entendia um poder que não correspondesse à lógica do domínio e da força.
Na primeira leitura, o profeta Daniel prediz o poder de um personagem misterioso colocado entre o céu e a terra, narra de um rei que domina de mar a mar até os confins da terra, com um poder absoluto, que nunca será destruído.
“O poder do verdadeiro Messias é o poder da verdade e do amor. É a realeza da verdade, a única que dá a todas as coisas a sua luz e grandeza” – explicou o Pontífice.
Na segunda leitura, o autor do Apocalipse afirma que nós também participamos na realeza de Cristo.
Fica claro “que se trata de um reino fundado na relação com Deus, com a verdade, e não de um reino político. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”.
O Papa ainda recordou aos cardeais, no final de suas palavras, a responsabilidade que agora lhes foi atribuída: “dar testemunho do reino de Deus e da verdade; fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”. (JS)
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