O valor da vocação para a vida contemplativa e monástica
Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 23-11-2012, Gaudium Press) – Recentemente a Igreja celebrou a Jornada Pró-Orantibus, um dia dedicado a orações por aqueles que vivem na clausura. Uma forma de vida consagrada cultivada pela Igreja e onde a contemplação e a oração preenchem inteiramente a vida do consagrado. Uma vocação pouco conhecida e pouco compreendida.
A celebração da “Jornada Pro-Orantibus” é realizada para incentivar a rezarmos pelos religiosos e religiosas de vida contemplativa como expressão de reconhecimento, estima e gratidão pelo que representam; em agradecimento pelo rico patrimônio espiritual que seus institutos, congregações e ordens são dentro da Igreja. Existe também a finalidade de promover o conhecimento da vocação contemplativa e favorecer iniciativas pastorais para valorizar a dimensão contemplativa da vida através da leitura orante da Palavra e a ativa participação litúrgica.
A Rádio Vaticana entrevistou a Abadessa do Mosteiro de Santa Maria. Transcrevemos aqui trechos da monja beneditina Madre Escolástica, que explica em poucas palavras o significado desta vocação:
“No fundo, a vocação monástica é a vocação de todo ser humano, que é a vocação de buscar a Deus, tendo como característica principal o ofício divino, que é o louvor de Deus… o canto gregoriano, no nosso caso.
A clausura é constitucional: nós vivemos dentro do mosteiro, mas saímos para as necessidades básicas.
São Bento diz Ora Et Labora. Nos saímos para comprar o que necessitamos, para ir ao médicos ou ao dentista, e vivemos, sim uma vida de clausura.
É necessária uma vida monástica, não existe vida de oração sem o mínimo de recolhimento. Nos levantamos às 4h30 da manhã e durante todo o dia temos 7 ofícios divinos quando cantamos. Nossa oração é o canto dos salmo, a leitura da Sagrada Escritura e dos Padres da Igreja”.
Vivendo em clausura, as monjas podem receber visitas?
“Nossa clausura não significa uma separação do mundo, mas ao contrário: temos uma comunhão com as pessoas que estão no mundo; rezamos pelo mundo. Às vezes damos orientação espiritual, as pessoas vêm se aconselhar conosco.
Não há ruptura, mas o afastamento, para talvez uma melhor comunhão. Não é que o mundo está de um lado e as monjas do outro… não é isso”.
As monjas beneditinas realizam algum tipo de obra social?
“Temos catequeses. As crianças vêm ao mosteiro para a catequese da Primeira Eucaristia.
Temos o grupo dos Oblatos, leigos que vivem a espiritualidade de São Bento no mundo. Uma vez por mês, eles vêm ao mosteiro e têm a formação de nossa espiritualidade.
Não somos irmãs apostólicas, não temos obras de inserção em periferias e hospitais. O nosso ofício é a oração. Nossa contribuição na Igreja é a nossa oração e a nossa orientação espiritual a quem nos procura aqui, mas não temos saídas para trabalhar inseridas no meio social”.
Como as monjas estão vivendo a Jornada Pró Orantibus?
“Nós mesmas vamos acolher mais de 50 jovens. Lógico, neste Ano da Fé, temos consciência de que nossa fé é viva, age. Nós acompanhamos através de nossa oração e também contribuímos como podemos, ou seja, acolhendo estas jovens que se hospedarão aqui conosco”. (JS)
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