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As razões da Alegria Cristã

Porto Alegre (Terça-Feira, 13/11/2012, Gaudium Press) “As razões da alegria cristã” é o título do mais recente artigo de dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. No início do texto, ele cita Alexandre Manzoni e o seu famoso romance “Os noivos”, onde o escritor descreve a conversão de um cidadão anônimo por ocasião do Natal. Ele se perguntava “que tem esta gente para estar tão contente?” É claro que ele queria ver e experimentar a mesma alegria.dadeus_grings_poa.jpg

Para o prelado, o escritor começa pela curiosidade: queria saber, para depois também experimentar. Já Paulo pede aos cristãos que dêem as razões da própria esperança. Dom Dadeus explica que, em função do Ano da Fé, o Papa Bento XVI na sua carta “Porta fidei” fala que hoje não se pode mais dar por descontada a fé, para urgir suas conseqüências e compromissos. “É preciso ir à raiz da mesma. Constitui um encontro pessoal com Cristo. Calca a atitude de alegria contagiante, como testemunho da fé”, completa.

São João, exemplifica o arcebispo, descreve a experiência dos primeiros discípulos de Jesus, destacando que ele mesmo se inclui, como anônimo, para representar todos os que haveriam de crer e irão fazer a experiência do encontro com o Salvador. Descreve a atitude de seu companheiro André. Dom Dadeus afirma que por indicação do Batista ambos seguiram Jesus. “Este, ao os ver atrás de si, dirige-lhes a primeira palavra que João registra no seu Evangelho, mas endereçada a todo aquele que se propõe o mesmo trajeto: que buscais? Os dois, surpreendidos pela pergunta, expõem o pedido: Onde moras?”

De acordo com o prelado, eles não queriam coisas dele, mas sim estar com ele, queriam a ele em pessoa. E Jesus os convida a ficar junto dele: “vinde e vede”. Dom Dadeus ainda recorda que João, quando escreve, após mais de meio século, lembra a hora: era pelas 4h da tarde; e nunca mais esqueceu nem se separou dele. Depois disso, ele passa a escrever a atitude de André, que procurou seu irmão Simão – que a partir daquele primeiro encontro receberá o nome de Pedro – e diz-lhe simplesmente: “encontramos o Messias”.

“Pedro, antes mesmo de se encontrar com Jesus, vislumbrou, neste anúncio do irmão, pela primeira vez, o mistério. Os olhos de André brilhavam. Seu rosto irradiava alegria. Nunca o tinha visto assim. Vê agora nele o fulgor da graça divina. Por isso não teve dúvida de segui-lo para se encontrar com aquele que proporciona tal alegria. Lá descobriu porque seu irmão estava tão contente”, destaca o arcebispo.

Dom Dadeus compara esse episódio com o caso dos três garimpeiros, que em uma região de garimpo de ouro os três amigos, há semanas, procuravam, em vão, o metal precioso. Já estavam quase desanimando e querendo desistir da empreitada, quando, num sábado ao por do sol viram uma montanha brilhar. Foram até lá e encontraram aquilo que procuravam – muito ouro. Como já estava anoitecendo, decidiram voltar na segunda feira para o garimpo. No domingo foram à missa, como de costume.

O arcebispo continua contando a história revelando que de tarde os três garimpeiros participaram da festa da igreja. Havia um compromisso de não se falar a ninguém do achado. Na segunda feira, bem cedo, se dirigiram à montanha do ouro. Quando se deram conta, toda a comunidade estava seguindo-os. Inicialmente desconfiaram um do outro de traição. Alguém teria revelado o segredo. Mas todos juraram mutuamente não terem vazado a notícia para ninguém.

“Aí perguntaram ao primeiro que os alcançou na caminhada: por que vocês estão nos seguindo? A resposta foi: porque vocês encontraram ouro, que todos nós estamos procurando. E eles revidaram: quem disse? A resposta foi simples: ninguém! Os olhos de vocês brilharam de tal modo que todos entendemos que vocês descobriram o que estavam procurando com tanta ansiedade”, conclui dom Dadeus.

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