A situação da fé nos 5 continentes no centro das intervenções, no primeiro dia do Sínodo sobre a nova evangelização
Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 11-10-2012, Gaudium Press) O primeiro dia do Sínodo sobre a Nova Evangelização terminou poucos minutos antes das 19h. Depois da relatio do Cardeal Wuerl, pronunciada em latim pela manhã, nas primeiras intervenções da segunda sessão foram lidos relatórios sobre os continentes. O presidente do CELAM, Dom Carlos Aguiar Retes se concentrou na comunhão eclesial, no diálogo com o mundo e com as religiões, no eixo teológico pastoral da nova evangelização, e nos agentes da pastoral.
Enquanto Dom Salvador Piñeiro García-Calderón, arcebispo de Ayacucho, presidente da Conferência episcopal peruana e Ordinário Militar para o Peru, em sua intervenção, falou sobre a redescoberta da celebração dominical da Eucaristia e sobre a importância da religiosidade popular.
Em palavras fortes sobre a situação da fé na Europa, falou o cardeal húngaro, Péter Erd?, arcebispo de Esztergom-Budapest, presidente da Conferência Episcopal e presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (C.C.E.E.).
Dom Retes, em sua longa intervenção, fez votos de uma “conversão pastoral” para uma renovação espiritual e institucional da Igreja. “A renovação pastoral na América – observou -, iniciada como resposta ao Concílio Vaticano II, tem dinamizado a vida interna da Igreja, tendo multiplicado os agentes de pastoral, intensificando a formação na fé, aumentando a participação e a comunhão eucarística dos fiéis na missa dominical, são muitos e vários os aspectos positivos da renovação pastoral da Igreja (18 Cfr. DA, n. 99); sem embargo disse crescimento não tem sido proporcional ao crescimento demográfico de nossos povos, por isso se constata enormes setores de católicos distantes e tíbios em sua identidade cató1ica, mas certamente crentes (19 Cfr. DA, n. 100, a).”
“Uma devida preparação da liturgia – observou o arcebispo peruano – e dos sinais celebrativos são a melhor catequese para nossos fiéis por isso a proclamação bíblica, os cantos, nos devem levar a una participação consciente, ativa e frutuosa (SC 11) que nos encha do espírito para a missão. O altar é o ápice e a fonte do trabalho eclesial (SC 10). Temos que intensificar a ação pastoral de nossas Dioceses e paróquias.”
“Ao lado das celebrações oficiais – continuou – está a religiosidade popular, tão marcada em nossos povos latinoamericanos, onde muitos fiéis manifestam suas ilusões e querem fazer uma homenagem a Jesus Cristo, a Virgem Maria e aos santos.”
O Cardeal Erd? acentuou “os sinais de preocupação” do cristianismo de hoje: a perda da memória da herança cristã que causa as mudanças antropológicas em consequência de uma cultura audiovisual; “a descristianização acompanhada por repetidos ataques jurídicos” e a cristianofobia.
“É preciso constatar infelizmente – continuou o purpurado húngaro – que o estado de direito enfraqueceu nos últimos anos em diversos países. Principalmente a crise financeira obrigou os políticos a tomarem medidas drásticas contrárias à vontade de seus eleitores. As pessoas têm muitas vezes a impressão que a democracia tradicional está perdendo o seu significado”.
No momento das intervenções livres, um dos Padres sinodais aludiu à dificuldade de evangelizar nos países do Oriente Médio, porque ali, “fazer evangelização significa proselitismo”. Falou-se também sobre a crise da alma que é muito mais forte daquela financeira. (AA)
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