“A relação do homem contemporâneo com Deus requer formas adequadas de anunciar a Boa Nova do Reino”, diz arcebispo de Florianópolis
Florianópolis (Segunda-Feira, 10/09/2012, Gaudium Press) Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo metropolitano de Florianópolis, no Estado de Santa Catarina, em seu mais recente artigo fala sobre a “Nova Evangelização”, tema do Sínodo dos Bispos, a realizar-se no próximo dia 11 de outubro. Com ele a Igreja abre a celebração dos 50 anos do início do Concílio Vaticano II, que teve a evangelização do mundo contemporâneo como a principal razão de sua convocação.
Segundo o prelado, passados 50 anos, a evangelização continua sendo a preocupação central da Igreja do nosso tempo. Ele explica que a expressão “Nova Evangelização” apareceu pela primeira vez no Documento de Puebla em 1979: “Situações novas que nascem das mudanças sócio culturais e requerem outra evangelização: os que emigram para outros países; grandes aglomerados urbanos no próprio país; camadas de todos os estratos sociais em precária situação de fé; grupos expostos ao influxo das seitas e das ideologias que não respeitam a identidade, confundem e provocam divisões” (DP366).
Dom Wilson afirma ainda que Puebla completa esta lista dos grupos cuja evangelização é urgente, mas muitas vezes adiada: universitários, militares, operários, jovens, mundo da comunicação social. O arcebispo lembra que o Papa João Paulo II, em sua visita à Polônia, em 1979, usou a expressão em um discurso em Nova Huta: “Nesta nova época, nas novas condições de vida torna a ser Anunciado o Evangelho. Deu-se início a uma nova evangelização, como se fosse um segundo anúncio, mas na realidade é sempre o mesmo”.
Ainda na passagem do milênio, destaca o prelado, o mesmo Papa retomou várias vezes a expressão para dizer que é preciso anunciar o Evangelho com novo ardor e com novos métodos. Ele reforça que dez anos depois da conclusão do Concílio, o Papa Paulo VI convocou o Sínodo dos Bispos para refletir sobre o tema da evangelização, e como conclusão publicou a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi.
Paulo VI insistiu em que os objetivos do Concílio se resumem em um só: “fazer a Igreja cada vez mais apta para anunciar o Evangelho para a humanidade do século XX”. De acordo com dom Wilson, o Pontífice Disse ainda que a Igreja tem o dever de preservar o patrimônio da fé, mas tem também a obrigação de apresentá-lo aos homens de nosso tempo, com os meios ao nosso alcance, de um modo compreensivo e persuasivo.
No número 20 do mesmo documento, Paulo VI dirá ainda que o principal drama do nosso tempo é “a ruptura entre o Evangelho e a cultura”.
Por fim, o arcebispo ressalta que o Concílio Vaticano II enfatizou na vida da Igreja a necessidade da evangelização, recorrendo a novos meios para anunciar o Evangelho ao mundo contemporâneo e disso foi sinal a criação do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, certamente um dos frutos mais maduros do Concílio.
“O Plano de Pastoral que a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral acaba de aprovar, há poucos dias, quer ser uma continuação do mandato de evangelizar, emitido de forma tão forte pelo Concílio. A Assembleia reunida era a expressão de toda a Igreja Arquidiocesana buscando caminhos para anunciar o mesmo Evangelho de sempre.
Mais do que nunca, constatamos que a relação do homem contemporâneo com Deus está mudada, também entre nós, e requer formas mais adequadas de anunciar a Boa Nova do Reino”, conclui. (FB/JS)
Deixe seu comentário