Começa amanhã inédita visita de Bento XVI à Terra Santa
Cidade do Vaticano (Quinta, 07-05-2009, Gaudium Press) Tem início amanhã a inédita viagem do Papa Bento XVI à Terra Santa (Jordânia, Israel e Palestina). Essa é a primeira vez que ele visita a região, a terceira de um pontífice na história. Antes de Bento XVI, Paulo VI, em 1954, e João Paulo II, em 2000, também estiveram na região.
O Papa partirá do aeroporto de Roma-Fiumicino às 9h30 com direção a Amã, capital da Jordânia, onde chegará às 13h30 (horário italiano). A primeira “parada” será dedicada aos flagelados do Centro “Regina Pacis”, após encontro com o rei e a rainha da Jordânia. No sábado, 9, o Papa se dirigirá à antiga Basílica do Memorial de Moisés, no Monte Nebo, e visitará a mesquita Al-Hussein Bin Talal de Amã.
No domingo (10), Bento XVI celebrará Missa no Estádio Internacional da capital jordaniana e fará uma visita ao local do batismo de Jesus, no rio Jordão. De 11 a 15 de maio, Bento XVI estará em Israel e nos territórios palestinos.
Em Israel, a visita do Papa também está envolta em grande expectativa, já que está prevista uma visita do pontífice a Yad Vashem, o Memorial do Holocausto, onde Bento XVI deverá rezar pelas vítimas do nazismo. O Papa não visitará, no entanto, a sala do memorial que apresenta termos ofensivos ao Papa Pio XII – considerado omisso pelos judeus durante a Segunda Guerra.
O governo do Israel teria reservado cerca de 10 milhões de euros para a organização da visita, o que inclui logística, infra-estrutura, pessoal e aparatos de segurança. Outros 10 milhões teriam sido destinados às 44 escolas católicas do país, de modo que elas pudessem preparam os seus 24 mil estudantes, cristãos e também muçulmanos, para receber o Papa.
De Gaza, mais de 200 árabes cristãos não receberam permissão para entrar em Israel para as missas em Jerusalém e Belém, estimam especialistas. Tratamento diferenciado para os cristãos da Cisjordânia: de 15 mil pedidos enviados, 11 mil foram aceitos. Nesta região onde Jesus viveu, o Papa deverá levar esperança aos cristãos, que na Jerusalém da época da criação do Estado de Israel eram 24 mil, mas hoje são pouco menos de seis mil. A maioria emigrou por causa da falta de alojamentos, pela incerteza de trabalho, entre outros motivos.
Para o núncio apostólico em Israel e delegado apostólico na Palestina e em Jerusalém, monsenhor Antonio Franco, a viagem apostólica também tem um certo caráter político – acontece pouco tempo depois da controvérsia criada entre o Rabinato Judaico e a Igreja Católica por conta das declarações do bispo lefbvriano Richard Williamson. Mas ele acredita que esse caráter está intrínseco na mensagem de unidade e diálogo que o Papa leva.
“(…) Também a mensagem religiosa em um certo sentido é uma mensagem também um pouco política, entendendo aqui a política no sentido real, originário, da palavra – a “pólis”, aquilo que resguarda a vida da sociedade”, ponderou.
O Papa retorna a Roma no dia 15, partindo de Tel Aviv.
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