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Cardeal Odilo Scherer e líderes da FEI concedem entrevistas exclusivas à Gaudium Press

São Paulo (Segunda-feira, 30/07/2012, Gaudium Press) Qual a missão das universidades católicas, mas especialmente no Brasil e na arquidiocese de São Paulo?

Cardeal Odilo Pedro Scherer: Nós estamos acompanhando a 24ª Assembleia Geral da Federação Internacional das Universidades Católicas. Grande número de universidades católicas do mundo e do Brasil se fizeram presentes. Em São Paulo, além da PUC temos várias faculdades e centros universitários católicos. A Universidade Católica participa a seu modo da missão da Igreja como autêntica universidade. Além de ser um centro de estudos, uma comunidade acadêmica, é de fato, uma comunidade com experiência de Fé. Uma comunidade onde as pessoas são levadas a se questionar a respeito dos valores humanos e religiosos. Sobretudo, cabe às universidades católicas, institutos e faculdades católicas, que sejam espaços acadêmicos onde se processe o espaço entre fé e cultura, fé e razão, e onde se passa uma visão cristã do mundo, de pessoa humana, de sociedade, de economia, de convívio social. Afinal, oferecerem uma antropologia cristã, o estudo da doutrina social da Igreja com os valores próprios propostos a fim de incrementar o convívio social. Se as nossas universidades católicas fizerem isso, estarão dando uma grande contribuição para a própria sociedade.

Pe. Theodoro Peters, jesuíta, paulista, doutor em Física, Presidente da Fundação Educacional Inaciana Pe. Saboia de Medeiros (FEI), entidade que organizou a 24ª Assembleia Geral da FIUC fala sobre as perspectivas da FEI com a realização do evento.

O que o Pe. Theodore Peters, Presidente da Fundação Educacional Inaciana, espera dos trabalhos e pesquisas realizados durante a 24ª assembleia geral da FIUC nas dependências da FEI?

Pe. Theodore Peters, SJ: A grande esperança já se concretizou. As pessoas estão aqui. Estamos com cerca de 120 universidades presentes, oriundas dos cinco continentes. Mais ou menos 250 pessoas oficialmente inscritas. É uma oportunidade para a Igreja se expressar como força e como missão no mundo da educação universitária. Este seria o primeiro ponto.
Por outro lado, tivemos uma celebração com três cardeais. O Cardeal Grocholewski representando ex officio a Santa Sé. Temos também a Igreja do Brasil. Dom Damasceno, que é o presidente da CNBB, e Dom Odilo Pedro Scherer, que é o arcebispo de São Paulo, Dom Edgar, bispo maronita e Dom Nelson, nosso bispo diocesano. Isso mostra o carinho da Igreja pela universidade católica.
O Papa João Paulo disse que a Universidade Católica nasceu “do coração da Igreja”. Aqui vemos não somente como ela nasceu, mas como ela palpita no coração da Igreja. A presença desses personagens na FEI é um prestígio para todas as universidades católicas. É incomparável a alegria que temos em recebê-las. Nessa assembléia iremos refletir como ensinar no século XXI, numa universidade que tem uma missão de ser uma universidade de verdade, como disse o Papa João Paulo II na Ex Corde Ecclesiae, e ao mesmo tempo, oferecer além de um ensino de qualidade, a plataforma adequada para a evangelização da Igreja.

Como a FEI procura concretizar esse ideal da Universidade Católica?

Pe. Theodore Peters, SJ: Aqui na Faculdade de Engenharia Industrial procura-se ensinar para os futuros engenheiros o que é a Igreja, o que é a fraternidade e o que é o Evangelho através de valores que são comunicados. Queremos que esses novos engenheiros os assumam e possam contribuir efetivamente para a nossa sociedade.

Prof. Dr. Fábio do Prado, reitor do Centro Universitário da FEI em São Bernardo do Campo fala sobre o benefício proporcionado aos alunos da FEI com a realização da 24ª Assembleia Geral da FIUC:

Prof. Fábio do Prado: Primeiramente gostaria de dizer que é uma grande satisfação poder ceder o espaço de nossa instituição para as Universidades Católicas do mundo inteiro que se reúnem em nosso Campus. O grande objetivo não pode deixar de ser de dar uma visibilidade internacional; mas também a partir deste encontro, passei a conhecer os dirigentes mais proximamente. Isto abre portas, não só pessoal, mas no âmbito institucional. Nossa instituição continuará o contato com essas pessoas. Vai poder criar novas formar de cooperação. Seja no ensino, seja na pesquisa, seja na extensão, mas principalmente pensando em colocar em contato os alunos dessas universidades de fora com os nossos alunos. Entendo que para se falar de Deus, para se educar alunos com inspiração baseada na palavra de Jesus, temos que ter também consciência de que temos de prezar e desenvolver aqui um espaço de muita qualidade para que o conhecimento possa ser gerado e aprofundado. Só é possível fazer isso com o conhecimento de um universo muito mais amplo do que se vive localmente. Senão se acaba desenvolvendo uma pesquisa ou um conhecimento limitado a sua própria experiência. Acho fantástico de que nossos alunos tenham experiência internacional para que se possa trazê-los para cá e estender um pouco a mentalidade de nossos alunos. Quando se fala de universidade, fala-se de universalidade. É importante que se conheça todos os aspectos, os problemas que ocorrem em todas as universidades do mundo.

Marcos Melo – Gaudium Press

 

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