Nativos americanos peregrinam à terra da beata Kateri Tekakwitha, nos EUA
Auriesville (Sexta-feira, 27-07-2012, Gaudium Press) A Conferência Tekakwitha, reunião anual dos católicos pertencentes às etnias indígenas da América do Norte, teve um caráter especial em razão da canonização da beata Kateria, chamada “Lírio dos Mohawk”, que acontecerá no próximo mês de outubro. Os nativos, mais de 800, provenientes de diversas regiões dos Estados Unidos e Canadá, encontraram-se em Albany, no estado de Nova York, e peregrinaram aos lugares de nascimento e batismo da jovem beata.
Logo da Conferencia Anual Tekakwitha |
A canonização de Kateri Tekakwitha é um grande acontecimento para as comundidades católicas nos povos nativos norte-americanos. “Isto fará muito por levantar nossa gente, levantar nosso espíritos”, expressou a diretora da Conferência, Irmã Kateri Mitchell, em declarações à Catholic News Service (CNS). “Sentimos que pertencemos agora, em um grau definitivamente mais forte, a este círculo sagrado.
A fígura do círculo tem um significado profundo entre os povos indígenas do continente, e é nos “círculos Kateria” que muitos dos 600 mil católicos nativos americanos se reúnem para a profundar sua Fé. A cononização de sua padroeira facilitará a evangelização das comunidades. “Mais e mais pessoas querem conhencer sua história e poderão encarná-la”, assegurou Irmã Kateri.
Na homilia da Eucaristia do último 22 de julho, durante a Conferência, o bispo de Siracusa, Dom Robert Cunningham, retratou as graves dificuldades que enfrentou a beata para viver sua Fé após a morte de seus pais quando tinha somente quatro anos de idade. O triste fato aconteceu em meio a uma epidemia que a deixou com limitações visuais, cicatrizes no rosto e uma saúde frágil.
“Em certos momentos, o Evangelho é recebido com indiferença, incompreensão ou até hostilidade”, recordou o prelado. A beata Kateri, de mãe algonquina cristã, só pôde se formar na Fé aos 18 anos e batizar-se aos 20, padecendo insultos e ameaças. Um ano depois teve que se mudar para uma missão cristã no Canadá, onde finalmente pode se entregar à vida de piedade e sacrifício, consagrando sua virgindade e servindo a Deus na atenção aos enfermos e na catequese. A jovem morreu por uma enfermidade quando tinha 24 anos. No momento de sua morte, as cicatrizes de seus rosto desapareceram milagrosamente.
“Ela abraçou o Evangelho tanto quanto pode fazê-lo um ser humano”, expressou o arcebispo da Filadélfia, Dom Charles Chaput. “Não é suficiente somente receber o dom (da Fé), temos que dá-lo”. “Somos covardes”, admitiu o prelado norte-americano. “Temos medo de pregar o Evangelho aos índios entre nós, verdade? Creio que é difícil imaginar que Kateria ficaria em silêncio”.
Imagem da beata Kateri, nas proximidades do Santuário |
O arcebispo também propôs a figura da beata como modelo de virtude, começando com sua abstinência de qualquer vício e sua vida de oração e escuta a Deus. O prelado também aconselhou os nativos a manterem a proximidade com seus amigos católicos como o fez a beata com Anastácia, amiga de sua mãe.
A Conferência Tekakwitha tem esse sentido de integrar e sustentar os católicos de todo os povos nativos. Durante o entardecer do 21 de julho, os presentes realizaram o gesto tradicional de reunir-se em círculo, que simboliza a comunidade que forma parte da Igreja. “Às vezes na vida não se tem essa conexão com as pessoas nativas” manifestou à CNS Sylvia Spence, membro de uma tribo Ojibwe de Minnesota. “Creio que é uma verdadeira bênção”, declarou. (BD)
Com informações da Catholic News Service (CNS).
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