“Como seu Corpo visível, a Igreja torna Cristo presente no mundo”, afirma o arcebispo de Porto Alegre
Porto Alegre (Segunda-Feira, 23-07-2012, Gaudium Press) Com o título “A Igreja de Cristo”, dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, reflete em seu mais recente artigo sobre a fundação da Igreja. Em uma palavra, Jesus Cristo fundou a Igreja: passou a sua vida pública formando seus discípulos, transmitindo-lhes seus ensinamentos, enviando-lhes ao mundo para anunciar a Boa Nova e conferindo-lhes seus poderes de torná-lo presente em toda a parte, ao longo dos tempos.
De acordo com o prelado, a Igreja que Jesus fundou não se reduz a uma instituição de ensino ou de culto. Ele afirma que Jesus a criou, formando primeiro o corpo, com a arregimentação de discípulos, para serem seus membros e depois lhe insuflou o Espírito Santo, como vida que o animará. Dom Dadeus explica que se trata, pois, de um organismo vivo, que torna Deus presente no mundo. Falamos de Corpo Místico de Cristo.
“A Igreja tem, por missão divina, continuar a obra de Cristo, ou melhor, é o próprio Cristo quem opera nela e por ela, em toda parte e ao longo de todos os tempos. Como seu Corpo visível, a Igreja torna Cristo presente no mundo. Onde está a Igreja está Cristo e onde se encontra Cristo se descobre Deus”, completou.
O arcebispo ainda reforça que a Igreja é o sinal visível da presença de Cristo no mundo, tornando-o presente, em primeiro lugar, por seu próprio ser comunidade: onde dois ou mais estiverem reunidos em seu nome, Ele está no meio deles. Depois, segundo dom Dadeus, o torna presente pela autoridade que conferiu aos apóstolos e sucessores: quem vos recebe a mim recebe. Para ele, em terceiro lugar os fieis o encontram na administração dos sacramentos, de modo especial, na Eucaristia e em quarto lugar, Jesus se encontra na ação caritativa da Igreja.
“Para desempenhar-se esta missão de tornar Cristo presente e, por isso, de ser sinal de Deus no mundo, a Igreja recebeu um livro, que considera sagrado. Encontra e transmite, por ele, a Palavra de Deus. Insere sua leitura em todas as celebrações. Leva os fieis a uma atitude de escuta e, conseqüentemente, a uma leitura orante da Bíblia. Ali Deus nos fala. Encontramo-lo não só em imagem, mas também em expressões, que reconhecemos serem dele”, destaca o prelado.
Dom Dadeus ainda acha por bem ressaltar que para sinalizar melhor a presença de Deus na comunidade, a Igreja ergue, em toda parte, templos, que recebem, como título, seu próprio nome: são igrejas, ou seja, comunidades de fieis, onde se encontra Cristo. E segundo ele, para marcar essa presença se coloca um sacrário, com uma luz a mostrar a presença real de Cristo naquele lugar.
“A Igreja, como espaço sagrado, obtém uma estrutura própria, que a distingue dos demais prédios. É a casa de Deus, que reúne sua família em torno de si. A torre chama a atenção, com sua altura e seus sinos, de uma realidade transcendente em meio a nós, que atrai e irradia”.
Por fim, o arcebispo afirma que os conceitos, como imagens mentais da realidade, certamente imprescindíveis para o conhecimento humano, são bem compreendidos pelos intelectuais, que discutem e se entretêm no plano das ideias. Para Dom Dadeus, a Igreja elaborou uma teologia, com o objetivo de colocar a doutrina no plano da compreensão, num determinado contexto cultural, porém o povo simples entende muito pouco das altas elucubrações filosóficas e teológicas.
“Em vez de lhes falar em termos abstratos, puramente intelectuais, a Igreja se serve de imagens concretas. Põe a arte – que é irmã da fé – a serviço da expressão da presença de Deus: escultura, pintura, música. Por ela a Igreja fala de Deus e o põe como que diante dos olhos, ouvidos e sentidos de seus fieis, que, com a perspicácia da Fé, ali vêem o Invisível”, conclui. (FB)
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