Padre chinês será excomungado, caso seja ordenado bispo sem autorização do Papa
Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 04-07-2012, Gaudium Press) O Vaticano advertiu o sacerdote chines José Yue Fusheng, que pertence à Administração Apostólica de Harbin, na China, que se ele aceitar ser ordenado bispo sem a permissão do Papa, estará, “ipso facto”, excomungado. O mesmo ocorrerá, também automaticamente, com o bispo que o ordene.
A advertência está em um comunicado da Congregação para a Evangelização dos Povos. que afirma haver chegado até a Santa Sé informações vindas de Harbin, na província chinesa de Heilongjiang, de que ali se prepara a ordenação episcopal de Yue Fusheng «sem o mandato pontificio».
O dicastério afirma que a ordenação de um bispo tem que estar autorizada pelo Papa, “como garantia de unidade da Igreja e comunhão hierárquica” e que por esse motivo, o Código de Direito Canônico, em seu artigo 1.382, estabelece “graves sanções tanto para o bispo que ordena sem o mandato apostólico como para quem o recebe, já que uma ordenação como esta representa uma dolorosa ferida na comunhão eclesial e é uma grave violação da disciplina canônica”.
Com efeito, o artigo 1.382 do Código de Direito Canônico, estabelece que “o bispo que confere a alguém a consagração episcopal, sem mandato pontifício, assim como o que o recebe dele a consagração, incorrem em excomunhão “latae sententiae” (excomunhão automática) reservada à Sé Apostólica”.
Divisão, dilaceração e tensão
Em seu comunicado o Dicastério romano insiste em que essa ordenação produzirá e”divisões, dilacerações e tensões na comunidade católica chinesa, que não deseja uma ordenação ilegítima”. Foi assinalado também pelo comunicado que José Yue Fusheng já foi, há bastante tempo, informado de que não conta com aprovação do Santo Padre o Papa.
Esta não será a primeira vez que bispos chineses, ordenados sem aprovação do Papa, tornam-se excomungados. O último dos excomungados foi Lei Shiying, pertencente à diocese de Leshan, localizada na província de Sichuan.
Segundo informações do Vaticano, existem na China de 8 a 12 milhões de católicos que estão divididos entre os que pertencem à igreja controlada pelo governo comunista, chamada de “Patriótica”, e a Igreja fiel a Papa, chamada de “clandestina” e que é perseguida por Pequim. (JS)
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