“A fidelidade dos santos engrandece a Igreja de Cristo”, diz arcebispo de Londrina
Londrina (Segunda-Feira, 02/07/2012, Gaudium Press) Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, no Paraná, fala em seu mais recente artigo sobre a solenidade de São Pedro e São Paulo, festejada no último domingo, e destaca que o cristianismo não é uma doutrina ou uma moral, mas, uma pessoa, um rosto, uma experiência pessoal, irradiante e encantadora. Pedro e Paulo, por exemplo, foram cativados pela pessoa de Jesus. Segundo o prelado, conheceram o olhar fulminante do Senhor que como um raio de luz, os encantou, arrebatou e fascinou.
Para o arcebispo, hoje, com a proposta da iniciação cristã, a Igreja quer facilitar a experiência do reencantamento por Jesus Cristo e seu reino, na trilha destes grandes apóstolos. Dom Brandes explica que São Pedro representa o “perfil petrino” da Igreja, ou seja, o tesouro da tradição da fé, o lado institucional da Igreja, sua organização e dimensão hierárquica, interna, canônica.
“Pedro é a cabeça, o responsável, o guia, o pastor do rebanho. Os papas são seus sucessores. Foi Pedro quem confessou: Tu és o Filho de Deus e disse a Jesus: Senhor tu sabes que eu Te amo. A fé e o amor são a rocha e as chaves da Igreja. A fé e o amor não permitem que a Igreja se autodestrua nem seja destruída”, completa.
Hoje, ressalta ainda o prelado, o sucessor de Pedro é o Papa Bento XVI que cativa o mundo com sua profundidade espiritual, teológica, eclesial. De acordo com Dom Brandes, temos um papa bíblico, missionário, catequético, corajoso, simples. “O pontífice nos convida a aprofundar nossa amizade com Jesus, a nada antepor a Cristo Jesus, a transformar os desertos em jardins, a vencer a ditadura do relativismo, a praticar o perdão, a acreditar no amor de Deus”.
Já em relação a São Paulo, o arcebispo acredita que é possível configurá-lo como o “perfil paulino” da Igreja, pois ele é o missionário incomparável, o apóstolo dos gentios, das nações, das cidades e das casas. “Ele se identifica como o menor e o último dos apóstolos, mas, é vaso de eleição, doutor da graça, na verdade judeu radical que se tornou discípulo apaixonado de Jesus Cristo, até a tortura, a prisão e a morte. Paulo teólogo, místico, missionário, fundador de comunidades que não deixa de ser fabricador de tendas, é o gigante da missão”, afirmou dom Brandes.
Ele também enfatiza que para Paulo, o cristão deve ser como um atleta, um semeador, um soldado, porque foi conquistado por Cristo Jesus, e porque é prisioneiro do Evangelho, doutor, pastor, escritor, profeta e mártir de fé. E é importante lembrar que Paulo era perseguidor e inimigo dos cristãos, porém, convertido, vai lutar contra o paganismo e o judaísmo.
“Nunca mais esqueceu a forte luz do céu, nem a voz que o chamou pelo nome. De perseguidor passa a perseguido. Um homem de Deus, forte na exigência e cheio de ternura, sabe corrigir e consolar, repleto de energia e de calor humano”.
Por fim, o prelado ressalta que Pedro e Paulo nos impelem a amar a Igreja, pois não pode ter Deus por Pai, quem não tem a Igreja por mãe. O próprio papa Bento XIV afirmou que o que mais o fascinou na Igreja é que ela com tantas fraquezas e falhas se mantém, caminha e cresce. E dom Brandes destaca que amar a Igreja é buscar antes de tudo a santidade e a conversão, ser discípulo da Palavra, participar dos sacramentos, evangelizar por amor pastoral.
“Amar a Igreja é sofrer por ela, preservar sua unidade e comunhão e dedicar-se à missão, tendo por prioridade o amor aos pobres. Não podemos amar Cristo e odiar a Igreja, não existe Cristo sem o reino, sem a Igreja. O sangue dos mártires, a coragem dos profetas, a ousadia dos missionários, a fidelidade dos santos engrandecem a Igreja de Cristo e comprovam que ela é mistério, comunhão e missão”, conclui. (FD/JS)
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