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Papa reconhece milagre da Serva de Deus brasileira Nhá Chica

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 28-06-2012, Gaudium Press) Foi aberto o caminho para a beatificação da Venerável Serva de Deus, Francisca de Paula de Jesus, conhecida como Nhá Chica. Hoje de manhã o Santo Padre aprovou o decreto sobre o milagre atribuído à intercessão dela.

Nhá Chica nasceu em 1808 em São João del Rey, Minas Gerais, de mãe escrava e pai desconhecido. Por isso não tinha sobrenome, só um nome. Em 1821, liberta da escravidão, transferiu-se com a mãe para Baependi, onde poucos meses depois ficou órfã.

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Nhá Chica era filha de mãe escrava e pai desconhecido

Com sua mãe, aprendeu as orações e a devoção. A vida dela, depois da morte de sua mãe, foi dedicada à oração e à ajuda ao irmão, que havia se tornado tenente da Guarda Nacional.

Por 75 anos, sua casa foi um lugar frequentado por pessoas simples e por conselheiros imperiais, jovens e profissionais de sucesso, pobres e ricos, provenientes não somente de Minas Gerais, mas também de São Paulo e da capital, Rio de Janeiro. Muitos cidadãos, que iam fazer tratamentos com águas na cidade vizinha de Caxambu, iam até ela, primeiro por curiosidade, mas depois acabavam por pedir orações e conselhos. E ela tinha uma resposta para todos. Sem crer-se uma profetiza, dizia: “Respeito o que me diz Nossa Senhora e nada mais”.

O irmão morreu em 1862 e a designou como sua herdeira universal. Com a herança pôde incrementar as atividades de caridade e prover também a construção de uma capela, dedicada à Imaculada Conceição de Maria.

Em 8 de julho de 1888 sentiu a exigência de despojar-se de tudo o que possuía em qualidade de herdeira, ditando o testamento no qual deixou os seus bens para a Paróquia. Quis dar indicações necessárias sobre tudo o que deveria ser vendido e dado aos pobres, e até mesmo sobre como se deveria realizar seu enterro e quantas missas deveriam ser celebradas em seu sufrágio e de seus familiares.

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Casa de Nhá Chica, onde ela viveu por 75 anos

Aquela que para todos continua sendo Nhá Chica morreu em 14 de junho de 1895. Seu corpo foi deixado em exposição por quatro dias, sem que desse o menor sinal de decomposição, permitindo assim aos numerosos fiéis, que vieram de todos os lugares, despedir-se dela. Exposta para as exéquias na Igreja Matriz de Baependi, foi então levada sobre os ombros por um grupo de moças até a Capela construída por ela, onde foi sepultada.

Em 1999 foi efetuado o reconhecimento canônico de sua sepultura e seus restos mortais foram colocados no mesmo lugar em um sarcófago feito de granito.

A espiritualidade da Venerável teve uma conotação profundamente evangélica. Baseou-se unicamente no amor de Deus e do próximo.

 

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