Vaticano publica as orientações pastorais para a promoção das vocações sacerdotais
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 25-06-2012, Gaudium Press) A Congregação para a Educação Católica publicou recentemente as “orientações pastorais para a promoção das vocações sacerdotais”. Entre outros assuntos, o documento faz referência à falta de dedicação ao Senhor por parte dos jovens principalmente nos países do Ocidente e os de antiga tradição cristã e afirma que a família e a paróquia têm agora um papel importante no crescimento das vocações sacerdotais.
Resultado de um inquérito sobre a pastoral do ministério sacerdotal, enviado no dia 15 de maio de 2008 à conferências episcopais e aos centros nacionais, o documento fala basicamente sobre as “luzes e sombras” da situação de vocações sacerdotais no mundo. “Nos países de antiga tradição cristã, a preocupante diminuição numérica dos sacerdotes, o crescente aumento da sua média de idade e a necessidade da nova evangelização esboçam a apresentação de uma nova situação eclesial”, diz o documento.
“Não somente uma mentalidade secularizada, mas também opiniões erradas no interior da Igreja conduzem ao desprezo do carisma e da escolha celibatária, mesmo se não podem ser silenciados os graves efeitos negativos da incoerência e do escândalo, causados pela infidelidade aos deveres do ministério sacerdotal entre os quais, por exemplo, os abusos sexuais. Isso cria confusão nos próprios jovens que, não obstante isso, estariam dispostos a responder ao chamado do Senhor”, destaca ainda o texto.
Conforme o documento, este cenário faz com que a própria vida presbiteral, “arrastada no turbilhão do ativismo exagerado com a consequente sobrecarga de trabalho pastoral”, possa ofuscar e enfraquecer “a luminosidade do testemunho sacerdotal”.
O prefeito da Congregação para a Educação Católica e da Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais, Cardeal Grocholewski, explicou que as “Orientações” apresentam algumas sugestões para a “tomada de consciência da responsabilidade educativa e pastoral na promoção das vocações ao sacerdócio”, para a “ideia clara da figura do sacerdócio ministerial” e para “uma pastoral eficaz” da vocação.
Segundo o purpurado, é importante que um padre católico perceba com clareza os compromissos que deverá assumir, em particular no celibato. Por isso, “é oportuno que o chamado tenha raízes num contexto eclesial preciso que dê consistência aos motivos da escolha vocacional e que contribua para sanar os possíveis desvios individualistas dessa mesma escolha.”
Para Cardeal Grocholewski, tudo isso requer preparação específica na formação inicial e permanente dos presbíteros, e também integração e maturação afetiva”. “Não é preciso propor o sacerdócio a indivíduos que, mesmo sendo louváveis no seu caminho de conversão, são marcados por fragilidades humanas profundas”, lê-se no documento.
O documento diz ainda que a vocação nasce em vários âmbitos: na família que ainda permanece a primeira comunidade; no alegre testemunho dos presbíteros; no voluntariado, na escola, nos centros vocacionais, nas associações e nos movimentos eclesiais. Devem ser evitadas “novas formas de clericalismo, situações de centralizações pastorais inoportunas, serviços pastorais em part-time, escolhas ministeriais ajustadas às necessidades individuais, incapazes duma visão de conjunto e de unidade da comunidade”.
O sacerdócio deve ajudar a “edificar uma comunidade rica em ministérios, na qual existem amplos espaços para a participação activa e responsável dos fiéis leigos”. E os próprios padres ou os jovens que se formam para o sacerdócio, devem aprender a “colaborar e a se confrontar com a inteira comunidade cristã e a estimar toda vocação”.
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