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“Unidos a Cristo e aos irmãos, pela Lei da Cruz, se vive na certeza da vida eterna”, afirma o arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre (Terça-Feira, 19-06-2012, Gaudium Press) Com o título “A Lei da Cruz”, dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, fala em seu último artigo que a cruz constitui o símbolo mais conspícuo para revelar o grande mistério da salvação.

Já São Paulo qualifica a cruz como opróbrio para os pagãos e loucura para os judeus, mas para os cristãos poder e sabedoria de Deus, diz.

O prelado lembra ainda que o Judiciário do Rio Grande do Sul constatou que a Cruz é opróbrio para as lésbicas e loucura para os juízes. No entanto, ele explica que a Cruz se situa no centro da vida de Cristo e de todo o cristão.

Segundo o arcebispo, trata-se, à primeira vista, de algo chocante, incompreensível, desairoso. “Quando Jesus, pela primeira vez, falou desta realidade, causou estupor”, afirma.

Para dom Dadeus, há algo incompreensível nesta mensagem, pois Jesus não quis apenas anunciar um evento futuro. Quis proporcionar, ao invés disso, um ensinamento fundamental para seus discípulos: sua Lei é a Cruz. “O Grão de trigo caído na terra, se não morre, não produz fruto. O ser humano, para se plenificar, deve passar pela morte. Só assim chegará à ressurreição.”

E o mais impressionante, acrescenta o prelado, é que Jesus não só propôs esta lei, mas ele mesmo se submeteu a ela. Para o arcebispo, Jesus mostrou, com sua morte e ressurreição, que é assim que se realiza o plano de Deus, entendendo perfeitamente a vontade do Pai. Por isso, no dizer de S. Paulo, recebeu um nome que está acima de todo nome. Ele está agora na glória do Pai.

Dom Dadeus sugere que nos perguntemos: Mas qual é sua sabedoria? É a transformação e valorização do sofrimento e das contrariedades em alegria e em glória, responde o arcebispo, que completa que a Lei da Cruz não é imposta arbitrariamente, mas toma em consideração nossa condição pecadora. “Visa tirar-nos desta situação de miséria, transformando a vida e a atividade de cada dia em valor perene. Deve, pois, ser acolhida como grande dom de Deus. É central na vida cristã”, completa.

De acordo com o prelado é importante destacar também que o Reino de Deus se expressa pelas bem-aventuranças: é vida que se transforma pela Lei da Cruz, que tem como razão profunda o fato de que os males que nos afligem são consequência do pecado. Ele afirma que Cristo tomou sobre si estas consequências, padecendo sobre a Cruz, morrendo por causa de nossos pecados e ressuscitando para a nossa justificação. Mas como compreender esta lei que se relaciona com o pecado, que por si mesmo é irracional e, por isso, ininteligível?

Dom Dadeus responde essa questão enfatizando que a sabedoria divina se manifesta nesta lei porque transforma o efeito do pecado, que é o sofrimento e a morte, em remédio de salvação. “A sabedoria aparece no fato de dispor tudo com suavidade. Não há salto entre a situação do homem pecador e sua justificação. Há sim uma transformação gradativa inversa. Deus não se deixa vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”, ressalta.

Por fim, o arcebispo diz que a Lei da Cruz constitui a essência da salvação, pois ela não só é conveniente como também eficaz. Ele crê que a Cruz tem, como segredo, o amor, essência da vida cristã e, por isso, quanto maior for o amor, menos remédio se exige para a cura, ou seja, quanto mais se ama menos se sofre.

“Unidos a Cristo e aos irmãos, pela Lei da Cruz, se vive na certeza da vida eterna. Na Cruz transparece o amor de Deus para conosco. Ele veio não para condenar, nem para nos tirar do mundo, nem para nos livrar do sofrimento, mas para dar, pelo amor, sentido pleno e peso de eternidade a cada momento da vida”, finaliza. (FD/JS)

 

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