“A educação cristã é a expressão da caridade, da justiça e da solidariedade humana”, afirma Dom Dadeus
Porto Alegre (Segunda-Feira, 11/06/2012, Gaudium Press) Há 50 anos realizou-se o Concílio Vaticano II. Entre seus 16 documentos, um foi dedicado à Educação, com o título latino de “Gravissimum Educationis”. E é sobre esse tema que o Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre (RS), Dom Dadeus Grings, fala no seu mais recente artigo, intitulado “A emergência educativa”. Ele explica que o documento recolhe um longo esforço de reflexão e de práticas sobre o tema, especialmente do magistério eclesiástico, sempre muito atento ao problema.
Dom Dadeus Grings Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre (RS) |
De acordo com o prelado, o documento, primeiramente, constata uma mudança de perspectiva, passando da consideração das instituições para a própria educação. “É o conceito de educação que dá sentido e forma às instituições de ensino. Não vice-versa. Começa, por isso, a delinear a centralidade da pessoa humana. Fala, conseqüentemente, de uma educação integral, física, intelectual, moral e religiosa”, afirma.
Para o arcebispo é possível sintetizar em três as exigências da educação, no contexto de abertura para o mundo contemporâneo. Em primeiro lugar, segundo Dom Dadeus, encontra-se a centralidade da pessoa dentro de um amplo pluralismo, o que envolve uma atitude não apenas de enunciar os princípios, mas também aplicá-los às circunstâncias concretas. Ele ainda destaca que o objetivo consiste em lançar as bases de um novo humanismo.
“Nele o homem e a mulher, a criança, o jovem, adulto e idoso, são definidos pela responsabilidade recíproca e com a história. É preciso levar em conta o desenvolvimento harmônico das qualidades físicas, morais, intelectuais e religiosas, para educar no sentido de assumir a responsabilidade na vida pessoal e comunitária.”
Em segundo lugar, o prelado explica que vem a exigência de uma educação para a integralidade, em ordem ao fim último: à participação na vida social; à formação de uma verdadeira imagem do ser humano, criado à imagem de Deus e constituído de corpo e alma, ambos com suas exigências próprias; ao desenvolvimento da capacidade de admirar, intuir, contemplar, formar um juízo pessoal, cultivar o sentido religioso, moral e social da vida.
Por fim, Dom Dadeus ressalta que em terceiro lugar está a garantia de que a educação não se reduza à obra de uma pessoa, nem de uma instituição, mas envolva uma comunidade educativa, colocando-se ao serviço da pessoa. Para ele a escola católica apresenta este ambiente comunitário, permeado do espírito evangélico, de liberdade e de caridade, manifestando assim sua natureza eclesial.
“Neste contexto da educação, a Igreja encoraja a missão própria do professor. Convida os jovens a tomar consciência da excelência da vocação docente, mostrando-se disponíveis para realizá-lo com espírito de generosidade. A educação cristã, bem como as instituições escolares católicas, não tem fim em si mesmo. São, pelo contrário, expressão da caridade, da justiça e da solidariedade humana e cristã”, conclui.
Deixe seu comentário