Aberto o Congresso Eucarístico de Dublin
Missa de abertura do Congresso Eucarístico de Dublin reuniu por volta de 10 mil pessoas |
Dublin (Segunda-feira, 11-06-2012, Gaudium Press) Com uma solene abertura realizada domingo, dia 10, na cidade de Dublin, na Irlanda, iniciou-se o 50° Congresso Eucarístico Internacional.
O Enviado Especial de Sua Santidade o Papa Bento XVI, Cardeal Marc Ouellet, presidiu a cerimônia realizada em um Estádio da capital irlandesa.
As delegações vindas de países de todo o mundo apresentaram-se conduzidas por seus respectivos bispos. A variedade de símbolos de organizações presentes, os trajes típicos que alguns participantes traziam e as bandeiras dos países das diversas delegações coloriam o ambiente e faziam ressaltar a alegria dos que ali estavam.
Um contentamento geral estampado nos rostos dos presentes, sem distinção. E essa alegria que tornou-se contagiante, nascia do fato extraordinário de povos tão diferentes estarem todos ali, unidos na mesma Fé, para adorarem e honrarem Cristo Eucarístico.
Por volta de 10mil pessoas participaram deste primeiro ato. A santa missa realizou-se num clima primaveril, debaixo de um céu azul e com um tempo atmosfera muito agradável. Dois corais animaram harmoniosamente toda a cerimônia que foi presidida pelo Cardeal Ouellet e concelebrada por vários bispos e arcebispos.
Um mistério de amor
Na homilia o Cardeal representante do Papa Bento XVI procurou destacar quão apropriada e oportuna é a realização deste encontro ser realizado agora na Irlanda, um país que enfrenta muitos desafios: “Façamos votos de que este grande evento da Igreja seja uma bênção muito especial para a Irlanda neste momento turbulento”, disse.
Dois coros animaram a Missa de abertura do Congresso Eucarístico de Dublin |
O Congresso Eucarístico Internacional, afirmou o Card. Ouellet, é um ato de fé na Eucaristia, o tesouro da Igreja, que é essencial para sua vida e para a nossa comunhão como irmãos e irmãs em Cristo. “A Igreja vive da Eucaristia, ela recebe a sua própria identidade a partir do dom do próprio Corpo de Cristo. Em comunhão com Seu Corpo, a Igreja torna-se o que ela recebe: ela se torna um só corpo com Ele no Espírito da nova e eterna aliança. Um mistério de amor!”
“Vamos, então, abrir-nos à Palavra de Deus, que está a nos chamar para sermos parceiros mais fiéis da nova aliança. Sejamos conscientes do dom incomensurável da Eucaristia. Deus merece muito mais adoração e gratidão pelo dom do amor”, concluiu o Cardeal.
Entrevista
O Cardeal falou ainda, em uma entrevista, da importância deste evento que a Igreja Irlandesa acabava de dar início: “Penso que a primeira intenção de um Congresso eucarístico seja fortificar o elo de fé e de amor dentro da Igreja. (…) Um Congresso eucarístico significa que a Igreja presente em todo o mundo se reúne para se dirigir a Deus e pedir-Lhe toda a bênção de que necessitamos para o caminhar da Igreja. Estou certo de que este poderá ser um momento extraordinário para a Igreja na Irlanda e o ponto de partida para um novo caminho”.
Origem dos Congressos Eucarísticos
A França, conhecida também como a “filha primogênita da Igreja”, foi a iniciadora dos Congressos Eucarísticos. Emilie Tamisier (1834-1910) inspirada no carisma deixado pelo “Apóstolo da Eucaristia”, São Pedro Julião Eymard (1811-1868), tomou para si a missão de organizar, com o auxílio de leigos, sacerdotes, Bispos e do próprio Papa Leão XIII, o primeiro Congresso Eucarístico que teve como tema “A Eucaristia salva o mundo”.
O evento ocorreu na cidade de Lille, localizada ao norte da França e esperava-se com ele combater a ignorância e a indiferença religiosa.
Antigamente o culto eucarístico era feito de maneira particular através da adoração solene e pelas grandiosas procissões que manifestavam o triunfo da Eucaristia.
Os primeiros Congressos Eucarísticos foram inspirados pela viva fé na presença real da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia.
Documentos sobre a comunhão frequente Sacra Tridentina Synodus(1905) e sobre a comunhão das crianças Quam Singularis (1910), ambos escritos por São Pio X incentivaram a se promover, na preparação e na celebração dos Congressos Eucarísticos, a comunhão diária dos adultos e a primeira comunhão das crianças.
Somente durante o pontificado de Pio XI os Congressos Eucarísticos tornaram-se internacionais. A partir de então começaram a ser celebrados rotativamente em todos os continentes.
Em 1960 durante o 37º Congresso, celebrado em Munique, os Congressos Eucarísticos Internacionais começaram a ser chamados “statio orbis”, tendo a celebração eucarística como centro e ápice de todas as várias manifestações e formas de devoção eucarística.
O Concílio Vaticano II, através da Constituição Sacrosanctum Concilium, a Instrução Eucharisticum mysterium e de modo particular o Ritual Romano De sacra comunione (Sobre a Sagrada Comunhão) e De cultu mysterii eucaristici extra Missam (O Culto do Mistério Eucarístico fora da Missa), apresentou uma nova imagem para os Congressos, indicando os critérios para a preparação e celebração dos mesmos.
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