“A família migrante é uma extraordinária força evangelizadora”, dizem bispos filipino e norte-americano
Milão (Quinta-feira, 31-05-2012, Gaudium Press) “A família migrante como argumento de evangelização” foi tema da fala de Dom Gilbert Garcera, bispo de Daet, nas Filipinas e de Dom Nicholas Di Marzio, bispo de Brooklyn, nos Estados Unidos, ontem em uma das sessões à tarde do Congresso Teológico do Encontro Mundial das Famílias Milão 2012. Como instrumento da intervenção dos dois prelados as histórias paralelas de duas famílias imigrantes em Milão: uma filipina e outra peruana.
Dom Garcera falou sobre a contribuição que migrantes filipinos dão a países não cristãos |
A família migrante é uma extraordinária força evangelizadora. Foi o que disseram Dom Gilbert, bispo de Daet, nas Filipinas, a principal exportadora de mão de obra do planeta; e Dom Nicholas Di Marzio, bispo de Brooklyn, nos Estados Unidos, que com seus 35 milhões de cidadãos nascidos no exterior, é o país com o maior número de imigrantes. Para ilustrar a intervenção dos dois prelados, as histórias paralelas de duas famílias imigrantes em Milão.
“Provas empíricas demonstram que a prolongada ausência dos pais tem repercussões no desenvolvimento pessoal das crianças. Além disso, a migração é com frequência uma causa de divórcios”, ressaltou Dom Garcera. Segundo o bispo filipino, não é possível porém esconder os incontestáveis benefícios. “As famílias que têm parentes no exterior melhoram as suas condições de vida, mandam os filhos para a escola, reformam as casas”. Além disso, segundo o prelado, não deve ser subestimada “a grande contribuição que, no plano da fé, com a sua religiosidade, os migrantes filipinos trazem ao país muitas vezes não cristãos”.
Segundo Dom Di Marzio, pelas duras condições de trabalho muitos migrantes não conseguem participar da missa dominical |
Sobre a grande contribuição para a fé dada pelas famílias imigrantes também falou o bispo de Brooklyn, Dom Di Marzio. “Pelas duras condições de trabalhos muitos imigrantes não podem participar da Missa dominical. E entretanto, muitos conseguem encontrar as forças e o tempo para fazê-lo. A celebração eucarística dominical na minha diocese envolve 250 mil pessoas, mais da metade deles são imigrantes”, disse.
Depoimentos de imigrantes
O eventou contou também com a participação de imigrantes, que deram depoimentos sobre sua saída da terra natal e os percalços e dificuldades vivenciados no novo país.
“Hoje vivemos em Milão, eu e minha mulher trabalhamos e meus filhos vão à escola. Mas temos ainda que lutar contra muitas barreiras”, ressaltou Fernando Gomez, 40 anos, filipino, que somente há seis anos conseguiu se juntar com a mulher e os filhos.
“Reconstruir uma família e iniciar uma nova vida em uma sociedade com uma cultura diversa não foi fácil”, fez eco às suas palavras Felix Alberto Juarez, que depois de ter encontrado uma certa segurança econômica conseguiu levar para Milão a mulher e seus três filhos do Peru.
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