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Igreja espanhola colhe depoimentos de jovens consagrados contemplativos por ocasião da Jornada “pro orantibus”

Soria (Quinta-feira, 31-05-2012, Gaudium Press) No próximo domingo, 3 de junho, Solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja Católica celebra a Jornada “pro orantibus”,, destinada a que todos os fiéis conheçam mais a vida contemplativa e rezem por aqueles que entregam suas vidas pela humanidade no silêncio do claustro.

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São Bruno, fundador dos Cartuxos

Em razão disso, a Conferência Episcopal Espanhola (CEC), através de seu sistema informativo, conversou com dois jovens consagrados contemplativos da Igreja de Soria, localizada no centro-norte da Espanha. São eles: o monge cisterciense de Santa Maria de Huerta, Frei Israel Mª; e monja concepcionista de Ágreda, Irmã Vianny Mª.

Na conversa com o departamento de informações da CEC, os jovens deram mais detalhes sobre suas profissões de fé e sobre suas rotinas. A contribuição à Igreja e à Nova Evangelização como jovens consagrados comteplativos, e a Jornada “pro orantibus” também entraram na pauta de discussão.

Carisma

A respeito do carisma particular, Frei Israel afirmou que o carisma dos cistercienses pode ser resumido na frase lapidar “ora et labora”, que em latim significa “Oração e trabalho”. “Nossa jornada é balizada por momentos de oração e pelo trabalho manual, como prolongamento destes ‘momentos fortes’ de oração”, declarou o religioso.

Mais sucinta, Irmã Vianney explicou que as concepcionistas, “celebrando a Concepção Imaculadada da Mãe de Deus, comprometem-se a viver suas próprias atitudes no seguimento de Cristo”.

Cotidiano

Os dois jovens comentaram também sobres suas vidas cotidianas nos mosteiros que habitam. Frei Israel contou que seu dia começa cedo, antes das 5h e é permeado por vigílias, Lectio divina, oração de Laudes e eucaristia, mesmo antes do desjejum às 8h15. Posteriormente, segundo o monge cisterciense, els vão para o trabalho, sendo que cada um presta um determinado serviço à comunidade. Por volta das 13h30, é a hora do almoço, que é realizado em silêncio, enquanto se ouve a leitura de algum texto com temas espirituais lido por um dos irmãos da comunidade.

No período da tarde, há mais uma leitura espiritual. Às 16h30, os irmãos começam seu momento de estudo, que vai até 18h45. Conforme Frei Israel, após este momento de formação, os irmãos se reúnem novamente na Capela para a oração das Vésperas e orações particulares, individualmete. O jantar é feita às 19h45, seguido de mais uma reunião comunitária com leitura.

O dia é concluído com a oração da hora Completas e o canto do Salve Regina, às 8h45.

Sem entrar em detalhes, Irmã Vianney declarou que sua vida cotidiana é bem simples. “Não fazemos coisas extraordinárias: trabalhamos na cozinha, na limpeza, nas tarefas da horta e do jardim, preparamos os pedidos de livros, artigos e relíquias da Venerável fundadora, etc.”

Unido a isto, segundo a monja concepcionista, faz-se o que é próprio de sua vida contemplativa e o que é pedido pela Igreja: a oração a Lirtugia das Horas, duas horas de oração pessoal e de adoração ao Santíssimo Sacramento etc. “Nosso dia, em maior parte, está dedicado a oração”,afirmou a religiosa.

Contribuição à Igreja

Outro ponto levantado durante a conversa da CEC com os monges foi a contribuição que a vida consagrada pode dar à Igreja e à Nova Evangelização.

Segundo Frei Israel, a vida consagrada deseja dedicar-se somente a viver a dimensão batismal, “a viver na clave do ‘ser de Deus’, pondo em primeiro lugar os valores fundamentais e deixando que as demais tarefas, todas necessárias, recebam a luz de estar dedicados à vida contemplativa”.

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Ora et Labora

No que diz respeito à nova evangelização, o monge cisterciense afirmou que “o consagrado fala com sua vida, com sua entrega às vezes silenciosa no claustro, demonstrando que a oração apoia a tarefa dos que estão na primeira linha, na vanguarda. A oração apoia de uma forma misterioras, mas às vezes fecunda, para que a fé seja acolhida em nosso mundo atual”.

Seguindo a mesma linha de pensamento de Frei Israel, Irma Vianney expressou que durante toda a história, a vida contemplativa ajudou a Igreja em suas diversas tarefas “com sua vida escondida, aparentemente infrutuosa para alguns, e com sua oração incessante e seus sacrifício ‘para que outros edifiquem a Igreja e ela mesma se edifique’, como afirmaram os bispos da CEE”.

Ainda de acordo com a monja concepcionista, além da oração, aqueles que levam uma vida consagrada podem contribuir para a Nova Evangelização e para a Igreja Católica através do testemunho. “Hoje necessita-se de testemunhos, sinais de credulidade”, asseverou Irma Vianney.

O último assunto abordado durante a entrevista foi a “Jornada pro Orantibus”, cujo tema é

“Cotempla-O e ficareis radiantes”

Perguntados sobre a possibilidade de ser feliz “somente estando com o Senhor, contemplando seu Rosto na oração, entregando a vida para orar por todos sem desfalecer”, ambos os religiosos, sem titubiarem, responderam positivamente.

Para Frei Israel, a felicidade “se faz somente na entrega generosa da vida, tomando consciência de estar construindo um mundo melhor; isso sim, desde o contato direto com o Senhor, sabendo que Nele brota o amor e todos os grandes ideais dos quais o homem moderno está sedento e que necessita para ser feliz”.

Já Irmã Vianney acrescentou algo ao questionamento dirigido a ela, afirmando que o ser humano só é feliz quando tem um encontro definitivo com Deus. “Quando tem uma experiência profunda do amor de Deus em sua vida, quando se sabe amada e perdoada em meio de seu pecado e de seu nada, que Alguém se tenha fixado em ti sem merecê-lo só pode ser causa de agradecimento e profundo amor”, salientou.

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