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“Comunicar é antes de tudo uma missão de pronunciar a Palavra do autor de toda palavra, feita vida”, afirma arcebispo de Maringá

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“Para comunicar, em primeiro lugar, deve-se silenciar”, diz Dom Anuar

Maringá (Terça-Feira, 22-05-2012, Gaudium Press) Em seu mais recente artigo, intitulado “Silêncio e Palavra”, Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, no Paraná, fala sobre o tema escolhido pelo Papa Bento XVI para o 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado no último domingo: “Silêncio e Palavra, Caminho para a Evangelização”.

Segundo o prelado, não podia ser mais acertado este tema, pois em tempos de muito ruído, barulho de todo tipo, faz-se necessário recuperar a dimensão fundamental do equilíbrio humano, que é o silêncio. “Os meios de comunicação encontramos um canal fantástico de informações, de relacionamentos, de formação de opinião, e como não dizer, também de distanciamento e fuga do encontro pessoal, do ver e contemplar o rosto do outro, de dar e receber afeto, de sentir a presença de quem amamos e de quem não amamos o suficiente”, reforça.

O arcebispo ainda lança o seguinte questionamento: como silenciar fora e dentro de nós para poder falar a palavra certa na hora certa? Neste sentido, Dom Anuar afirma que não existe comunicação sem primeiro elaborar dentro de nós a palavra, um gesto, um símbolo, uma imagem. “Tudo é comunicação, porém não se comunica sem primeiro contemplar, elaborar o conteúdo a ser transmitido”, completa.

Conforme o prelado, o próprio Papa afirmou: “O silêncio favorece a dimensão do discernimento e do aprofundamento e pode ser visto como um primeiro grau de acolhimento da palavra. ‘Silêncio e palavra’ nos convocam a uma reflexão sobre o silêncio fundador, este que se relaciona irrevogavelmente com a Palavra”.

Dom Anuar então explica que para comunicar exige-se em primeiro lugar silenciar: sair para o deserto e ouvir a voz do autor da Palavra. E a palavra de Deus nos alerta: “Que não saia de vossa boca nenhuma palavra inconveniente”. “Não é o que entra que contamina o homem e sim o que sai de sua boca” (Mt 15,11).

Para o arcebispo, comunicar não significa pronunciar qualquer palavra ou gritar a própria Palavra de Deus na Sagrada Escritura. “Antes é uma missão de pronunciar a Palavra do autor de toda palavra, feita vida, uma experiência de fé vivida. Aquele que pela palavra criou o céu e a terra e nos deu a capacidade de nos comunicar e estabelecer relacionamentos verdadeiros é o autor da Palavra”, enfatiza.

Ao mesmo tempo, prossegue Dom Anuar, os Meios de Comunicação devem estar a serviço da Palavra que vem da verdade, que cria no ouvinte um desejo de ser verdadeiro. Ao mesmo tempo em que os Meios de Comunicação nos aproximam, também nos distanciam, criando relações frias, sem compromisso, longe do amor que une e aquece.

Antes de terminar o seu texto, Dom Anuar ainda encontra espaço para uma pequena crítica aos novos meios de comunicação. O prelado avalia que, infelizmente, as redes sociais, invenção maravilhosa da inteligência humana, têm provocado muitos desastres pessoais e familiares. “Quem sabe, talvez, medir se os ganhos são maiores que as perdas, porém não podemos esquecer que nada substitui a presença afetuosa do outro”, conclui.

 

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