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“Que o crucifixo continue a constituir a força e a sabedoria de Deus também para o Judiciário”, afirma arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre (Terça-Feira, 15-05-2012, Gaudium Press) Com o título “O escândalo do Judiciário”, Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, volta a abordar a questão polêmica sobre a retirada dos crucifixos dos tribunais de Justiça do Rio Grande do Sul.

Segundo o prelado, a problemática dos crucifixos leva-nos a parafrasear o que S. Paulo diz na sua Primeira carta aos Coríntios (1,23): Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para o Judiciário e loucura para a Liga das Lésbicas, mas para os cristãos, que constituem 92% da população brasileira, marcados pela Cruz de Cristo através do Batismo, é poder de Deus e sabedoria de Deus.

O arcebispo explica que muitas pessoas comentaram e manifestaram sua apreensão diante da atitude do Conselho da Magistratura no intuito de descaracterizar a sociedade brasileira de sua cultura. Para ele, esta é uma tentativa de assegurar total estranheza ao Cristianismo, como se a questão fosse religiosa e não cultural.

“E por isso mesmo é preciso enfatizar, para os que pretendem assim dar um golpe à Igreja Católica, que não se trata de um problema que relacione Igreja e Estado, cujas relações foram firmemente consolidadas pelo Pacto entre o Brasil e a Santa Sé, assinado em 2008, em Roma e homologado pelo Congresso Nacional. O problema dos crucifixos, ao invés, envolve o Judiciário e a Sociedade brasileira. Trata-se de uma questão democrática, de maioria”, enfatiza.

Dom Dadeus ainda lança o seguinte questionamento: o Judiciário, com esta decisão, ainda representa a sociedade brasileira ou está voltando às costas para ela, quando rejeita seus símbolos mais caros, de Amor, Justiça e Verdade, para eventualmente privilegiar uma representação lésbica da mitologia grega, pela a deusa Themis, de olhos vendados?

De acordo com ele, por ironia dos fatos, ocorre uma discriminação contra o sexo oposto, rejeitando Jesus, o Homem Deus crucificado, para acolher uma mulher mitológica.

O arcebispo reforça também que o fato de uma liga de lésbicas ter conseguido êxito na sua devassa aos valores cristãos do Ocidente aparece como sinal de grupos extremamente minoritários e radicais assumirem supremacia, com o apoio do Judiciário, sobre as Tradições que marcam nossa civilização, solapando a base da sociedade brasileira.

“Se este grupo e o Judiciário se envergonham da sociedade brasileira, tentando solapar seus fundamentos de convivência, não há que estranhar que também a sociedade, marcada por uma tradição de 500 anos de fé, se envergonhe deles”, completou.

O prelado reafirmou nossos valores sociais e nossos símbolos mais sagrados para atestar a busca da paz social, da fraternidade universal, do amor incondicional, da salvação que vem de Deus, da honestidade que garante a contextura social, da fé no transcendente para garantir perenidade à vida humana.

A Cruz para nós, conforme o arcebispo, bem como para grande parte da humanidade, mesmo fora do Cristianismo, sintetiza a dimensão transcendente do amor a Deus com a dimensão imanente do amor ao próximo.

Para finalizar, Dom Dadeus ressaltou que convém frisar que não foi a Igreja católica que colocou os crucifixos nos tribunais de Justiça, e que os tirando dali, os juízes da Magistratura ofendem sua própria tradição e todos os juízes que os precederam, que os tinham como símbolo de fé e de imparcialidade.

“Esperamos que o crucifixo continue a constituir a força de Deus e a sabedoria de Deus também para os servidores do Judiciário. Quem tem fé sabe e experimenta. Não se deve, porém, esquecer que o modo de viver de uma sociedade não é determinado por uma minoria, nem pode ser por ela obstacularizado, se não se quiser configurar uma ditadura e suprimir a democracia”, concluiu. (FB)

 

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