“Todos os atos devocionais prestados à Maria devem ajudar-nos a buscar o verdadeiro sentido da devoção”, afirma sacerdote de Maringá
Maringá (Quarta-Feira, 09-05-2012, Gaudium Press) “No meio do povo de Deus há um lugar especialíssimo ocupado por Maria, Nossa Senhora. São muitos e até incontáveis os gestos de afeto filial que a religiosidade popular presta à Mãe de Deus e nossa”. Foram com essas palavras que o padre Júlio Antônio da Silva, da Arquidiocese de Maringá (PR), iniciou o seu mais recente artigo, neste mês de maio, dedicado a Maria.
De acordo com o sacerdote, neste mês de maio muitas manifestações são realizadas em todo o mundo para marcar o amor dos filhos e filhas à Mãe, e todas elas, com a intenção de dizer que Maria ocupa um lugar especial no projeto de Deus.
O presbítero relembrou ainda que Maria era uma moça como as outras de sua época, pertencente a uma família simples de Nazaré, na Palestina. Segundo ele, era uma mulher cheia de coragem e atenta à Palavra de Deus, que conhecia bem a vida e a história de seu povo e de sua época. Ela tinha consciência do lado que Deus estava na história humana.
“Por estar totalmente com a mente e o coração voltados para Deus e com os pés fincados na vida humana, ela pode dar um sim corajoso ao chamado do Senhor. Graças ao seu sim, Jesus tornou-se gente no meio de nós. Não se fechou sobre sua experiência com Deus”, completou.
Como Mãe, explicou padre Júlio, Maria acompanha a criança e o adolescente Jesus, e mais tarde permite que o jovem adulto de Nazaré saia de casa para cumprir a vontade do Pai no anúncio do Reino. Ela o acompanha como uma verdadeira e fiel discípula, e Dele acaba ganhando o maior dos elogios: “Minha mãe é aquela que ouve e põe em prática a Palavra de Deus” (Mc 4, 35 e Lc 8,21).
Para o sacerdote, outra atitude de destaque de Maria foi a sua firmeza em suas posições e decisões. Citando a morte de Jesus na cruz, o padre quis demonstrar que Maria estava de pé (Jo 19, 25), como a primeira a participar dos frutos do mistério pascal. Já no dia da oficialização da Igreja, no Pentecostes, também marcou presença afetiva e efetiva no meio da comunidade nascente (At 1, 14).
“Sem erro, podemos dizer que a presença de Maria no novo povo de Deus é anterior ao nascimento oficial da comunidade eclesial. Por isso, a Igreja, primariamente, é mariana. E não é sem razão que o povo de Deus a venera com um amor especialíssimo.”
Por fim, padre Júlio afirmou que Maria é uma só, é uma única mãe de Jesus Cristo e mãe do povo de Deus. Porém, conforme o sacerdote, no decorrer da história são tantos os motivos e fatos simbólicos nos quais a comunidade cristã a viu envolvida que lhe deu nomes, apelidos carinhosos, verdadeiros títulos de honra que muito significam na caminhada dos irmãos e irmãs de Jesus.
Ele destacou que aqui no Brasil, na década de 50, um mariólogo catalogou mais de trezentos títulos conhecidos até então. Se fizermos uma nova listagem, vamos longe. De “Maria Mãe de Deus” (a “Theotokos”) até outros mais recentes, como, por exemplo, “Nossa Senhora Desatadora de Nós”…
“Todos os atos devocionais prestados a Maria devem ajudar-nos a buscar o verdadeiro sentido da devoção. Ser devoto ou devota de Maria significa imitá-la no seu grande e fiel amor a Deus, aos pequenos e pobres, no carregamento da cruz de cada dia e na certeza da vitória definitiva da vida sobre a morte”, concluiu. (FB/JS)
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