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Redescobrindo a « Imitação de Jesus Cristo »

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Interior da Biblioteca Mazarine

Paris (Sexta-feira, 04-05-2012, Gaudium Press) A célebre Biblioteca Mazarine, junto à Academia Francesa, no Quai de Conti em Paris abre suas portas para a exposição “Um sucesso de livraria europeu: A Imitação de Jesus Cristo, 1470 – 1800”.

É o que informa a revista digital Narthex, de Paris, na pena de Christophe Langlois (*).

Quarenta exemplares da edição estão expostos à visitação do ávido público na sala de leitura da Biblioteca (que por si só valeria a visita).

Quase supérfluo ter presente o incrível sucesso de um texto cujo autor tornou-se legenda – mais de quarenta nomes foram levantados – se bem que tudo leva a crer atualmente tratar-se efetivamente de Thomas a Kempis, flamengo, monge da Vida Comum, no século XV.

Mais de 2.000 edições de seu livro foram divulgadas pelo mundo entre 1470 e começos do século 19, época esta em que o sucesso obtido pela obra foi imenso. Chegou a ser então o livro mais editado e lido depois da Bíblia. Entre as inúmeras traduções, destaca-se a do célebre poeta e escritor francês Pierre Corneille.

Em seu livro sobre Thomas a Kempis a autora Denise Grégoire (Ed. La Nouvelle Édition, 1944) o descreve como sendo cônego regular de Mont Sainte-Agnès, copista de inúmeros livros consagrados à glória de Deus.

Deixou também codificadas suas meditações, de uma piedade ardorosa e carinhosa.

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Teve considerável influência na renovação espiritual e intelectual da Europa no fim da Idade Media, reagindo a certa degenerescência da Escolástica.

– No ambiente recolhido da biblioteca podem-se ler alguns trechos da Imitação, cujo sucesso editorial se deve a suas qualidades espirituais.

A primeira parte do livro procura convencer o leitor a examinar seu interior.

Já a segunda propõe uma “instrução para avançar na vida interior”, enquanto a terceira parte trata “da vida interior”.

Não sem lembrar a Introdução à Vida Devota de São Francisco de Sales, dois séculos mais tarde (1609), que teve um sucesso retumbante, o manual corresponde ao ardente desejo dos fiéis de adotarem uma prática devocional pessoal. Num tom familiar, propõe uma regra de vida do gênero monástico e procura associar estreitamente suas resoluções a uma meditação pessoal das Escrituras.

Tudo com vistas a levar à fonte e ápice da vida cristã: o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, tema da quarta e última parte.

Penetrar neste texto proporciona logo sentir em si o domínio afetuoso e benfazejo de um Mestre, no sentido cristão que sempre se lhe teve, isto é, de um pai, diretor, confessor, acompanhante, mas também e, sobretudo irmão que não se sobrepõe ao leitor, mas que reconhece sua fragilidade e persuade o fiel a prosseguir corajosamente em seu ato de fé.

(* http://www.narthex.fr/blogs/bibliothequedusilence/redecouvrir-limitation )

(Tradução: Guy de Ridder)

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