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É preciso “estar humildemente orgulhoso de ser cristão”, diz Dom José Ignacio Munilla, em Toledo, na Espanha

Toledo (Sexta-feira, 27-04-2012, Gaudium Press) Havendo terminado em Madri a 99ª Assembleia Permanente do Episcopado Espanhol, o bispo de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla Aguirre, viajou a Toledo. Ele conhece bem a cidade imperial. Ali estudou boa parte de sua carreira sacerdotal à sombra e sob a luz do Cardeal Marcelo, “um pastor que me ensinou a amar a Igreja e que foi Pastor dos pastores”, disse na quarta-feira à noite Dom Munilla na Universidade de Castilla La Mancha.

O espaço da capela da universidade ficou pequeno para o encontro e todos os presentes tiveram que se mudar para o auditório para escutar o bispo de San Sebastián, que se sentia em casa aceitando o convite do Secretariado da Pastoral Universitária de Toledo. Um numeroso público composto de muitos jovens seguiu com atenção o bispo encarregado dos jovens no organograma da Conferência Episcopal. O prelado foi claro em suas observações durante a conferência intitulada “Como ser católico e não perecer no intento?”.

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“Maior atenção atualmente é a da mediocridade”, diz Dom Munilla

Dom Munilla destacou que os tempos atuais não são fáceis. “O mais importante é sermos seguidores de Jesus Cristo. Não importa quando”. Conforme o prelado, somos filhos de uma época determinada “mas não devemos dar-lhe tanta importância ao tempo presente. Não é momento de nostalgia, nem de angústias, nem de medos. O que se deve fazer é viver sempre na presença do Senhor. E tudo o que ocorre, tudo o que nos acontece, saberemos porquê e que é a Providência de Deus que está por detrás”, afirmou.

Para o prelado da Diocese de San Sebastián “a maior tentação atualmente é a tentação da mediocridade, da indiferença, da mediania”. E “muitas vezes Deus permite situações que sendo duras nos possibilitam ver a face do mal e nos fazem reagir. Não devemos nos queixar das dificuldades, pois é maldizer nossa própria sorte”, destacou Dom Munilla.

O bispo também se perguntou “Como se mede o Primeiro Mandamento da Lei de Deus? Qual é o termômetro que devemos ter e usar para este mandamento?”. “Pois me parece que é a confiança em Deus, na Providência de Deus. Devemos saber que o Senhor conduz a História e portanto não devemos ficar nervosos nunca”, argumentou.

“Como então ser cristão e católico hoje? Eu creio que a partir de três chaves”, disse Dom Munilla durante sua apresentação. “A Fé viva. Um cristão tem que fazer uma integração equilibrada entre a Tradição que sustenta nossa Fé e a própria experiência pessoa. Facilmente hoje se deprecia a tradição. E sem ela não somos nada, pois é muito importante. Mas também é verdade que só isso não é suficiente. Há que combinar a tradição com a experiência pessoal. Sem haver sido tocado por Cristo, sem momentos de muita luz prévia não é possível atravessa a noite escura de cada um”.

Como segunda chave, Dom Munilla citou “o prudente equilíbrio entre a ascética e a mística”, pois nem o pessimismo a priori e nem o otimismo são acertados, segundo ele. E como terceira chave, o prelado destacou a experiência da Igreja. Neste sentido, recordou a frase que escutou de uma senhora em um hospital. “Deus nos fez livres, mas não nos deixou sós. É muito importante nessa linha o acompanhamento de Deus em nossas vidas, disse o bispo, acrescentando que “devemos superar a tentação do individualismo, recordando que a necessidade une e que se requer a comunhão entre todos.

“Os católicos”, expressou o bispo basco, “devemos crescer na experiência da Igreja global e madura, sem fazer de nossa vida espiritual uma projeção de nossa própria sensibilidade. Procurando o equilíbrio entre carismas e apostolicidade se caminha como deve ser, evitando os falsos zelos entre nós mesmos e entre nossos diversos carismas”. O prelado ainda destacou que o “zelo apostólico é inversamente proporcional aos zelos entre nós” e que a “apostolicidade da Igreja deve estruturar os carismas”.

Por fim, o bispo de San Sebastián dirigiu-se aos pais de família que se encontravam na Universidade de Castilla La Mancha, e recordou a eles que é muito importante suscitar nos filhos uma consciência crítica.

Texto original: José Alberto Rugeles Martínez
Tradução: Bruno D’Angelo

 

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