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“Jesus mostra o Pai e estabelece muitos sinais para encontrá-lo”, afirma o arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre (Terça-feira, 24-04-2012, Gaudium Press) “O encontro com Deus” é o título do mais recente artigo do arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Dom Dadeus Grings. Nele, o prelado aborda o tema de como podemos encontrar Deus em nosso tempo e em nosso espaço, já que o céu nos separa dele como o tempo e a eternidade e nós ainda estamos do lado de cá, apenas vislumbrando o lado de lá.

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Dom Dadeus destacou a família como um dos lugares onde Deus está presente

Segundo o prelado, Jesus indicou sinais que permitem encontrá-lo pessoalmente e podemos situá-los no esforço humano de encontrar Deus, através destes sinais estabelecidos ao longo dos tempos. Para ele, no lugar das imagens esculpidas, que chamavam de ídolos, Deus quer ser encontrado no pão que alimenta os homens. “Na última ceia o tomou e garantiu isto ser seu corpo. O corpo é o modo de nos deixarmos encontrar e visibilizar. Mandou fazer isto em sua memória: ali está presente pessoalmente em seu gesto de entrega total. Chamamo-la Eucaristia”, destaca.

Dom Dadeus explica que “em lugar das realidades numenificadas – caracterizadas pelo númen – quer em montanhas, quer em animais, quer em astros, Jesus se deixa encontrar nas pessoas carentes que nos cercam”. Conforme o arcebispo de Porto Alegre, Deus se mostra presente em quem passa fome ou sede, está nu ou enfermo, ou se encontra na prisão. “Em outras palavras, Deus não é encontrado nas coisas prontas, mas nas carências a serem preenchidas”, escreve.

“Além disso”, completa o arcebispo, “Deus, com o sinal da Cruz, na qual foi pregado, não se encontra no poder, mas no serviço, pois o maior no seu Reino é quem se torna o menor e o servidor de todos. Deus não se encontra nem nas ideias nem na economia nem nas ciências. Ali, onde as pessoas se encontram em seu nome, Ele está presente. Destaca-se, em primeiro lugar, a família como lugar de encontro com Deus. Vem, depois, a comunidade paroquial, que reúne os fieis para o culto divino, para a caridade e para a evangelização”.

Dom Dadeus prossegue ressaltando que é nesta perspectiva que o tempo perde seu aspecto trágico de “chrónos”, como mera sucessão de movimentos, para se tornar “kairós”, ou seja, “graça”. De acordo com ele, este é o tempo litúrgico, que nos aproxima cada dia de modo diferente de Deus, pois o tempo, vivido na perspectiva da fé, torna-se veículo adequado para chegar à meta.

“A Liturgia fixa nosso olhar nesta meta e nos acompanha, no dia a dia, na peregrinação. Chegaremos lá. Olhamos para lá com esperança e cheios de fé. Aqui encontramos Deus através de sinais, que Ele nos deixou Isto nos anima na caminhada. Não estamos a sós. Caminhando com os irmãos na fé temos certeza de contar com a companhia de Jesus”, afirma o prelado.

Concluindo seu artigo, Dom Dadeus menciona a egolatria e enfatiza que ela é substituída pelo testemunho da salvação: “Sede minhas testemunhas até os confins do mundo”. O arcebispo afirma “que os discípulos de Jesus têm a missão de tornar o Mestre presente entre os homens em toda parte”. Conforme o prelado, os cristãos não se limitam a palavras – não são apenas anunciadores da salvação – mas visibilizam, com sua vida, o próprio Cristo. Cabe-lhes, em outras palavras, torná-lo presente onde quer que estejam.

“Os homens encontraram Deus em muitas realidades. Cada ser humano opta por algum Absoluto, ao qual sacrifica a vida. Jesus veio confirmar esta tendência e dar-lhe um direcionamento. Mostra o Pai e estabelece muitos sinais para encontrá-lo: entre nós, no espaço e no tempo. Está no céu para apontar para a transcendência e se encontra na Eucaristia, nos sacramentos, na comunidade, nos pobres, no tempo litúrgico para garantir sua imanência”, conclui.

 

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